Em entrevista à rádio, Temer nega convite a Imbassahy

O presidente reconheceu que há um acordo para um maior espaço do PSDB no governo, mas disse que é preciso costurar melhor o acordo com a base aliada para que seja enfim encontrado o substituto de Geddel

sex, 09/12/2016 - 10:50

Em sua estreia em viagens pelo Nordeste como presidente, Michel Temer concedeu na manhã desta sexta-feira entrevista à Rádio Jornal de Pernambuco e disse que não houve recuo em relação a escolha do líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), para comandar a Secretaria de Governo no lugar do ex-ministro Geddel Vieira Lima. "Recuo zero. Não houve convite", disse, ressaltado que nunca chegou a formalizar um convite ao deputado.

O presidente reconheceu que há um acordo para um maior espaço do PSDB no governo, destacou que a legenda já tem o comando de três "grandes pastas", mas disse que é preciso costurar melhor o acordo com a base aliada para que seja enfim encontrado o substituto de Geddel.

"Houve um equivoco. Antes que eu fechasse a imprensa noticiou, não sei por meio de quem, mas o fato é que não estava fechada a matéria", disse. O presidente reconheceu que o nome de Imbassahy foi cogitado, destacou o perfil do deputado baiano e disse que recebeu a indicação "com o maior agrado". "É politicamente adequado, elegante do trato", destacou.

Segundo interlocutores, o presidente escolheu Imbassahy, mas recuou no anúncio diante das reações contrárias. Temer também ficou contrariado com rumores de que a Secretaria de Governo, sob a gestão do PSDB, terá agora maior peso, assumindo funções antes conduzidas pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como a relação com governadores.

Temer concordou que houve reação dos parlamentares, ponderou que não havia objeção ao nome de Imbassahy, mas que a escolha estava sendo interpretada como apoio à reeleição de Rodrigo Maia na Câmara dos Deputados. "Como há o processo de eleições na Câmara federal, alguns partidos acharam que isso poderia favorecer um ou outro candidato", afirmou.

O presidente disse então que vai voltar a discutir o perfil para o substituto de Geddel e que como "se faz" vai "costurar o acordo em todos os setores da base". "Temos uma base muito ampla que está nos dando um apoio extraordinário no Congresso".

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