Magalhães: 'As possibilidades de Dilma voltar são mínimas'
O ex-governador de Pernambuco Roberto Magalhães, em entrevista ao Portal LeiaJá, falou do processo de impeachment e afirmou que, apesar das chances de Dilma voltar serem mínimas, na política tudo pode acontecer
O ex-governador de Pernambuco Roberto Magalhães, aposentado da vida pública, não deixa de prestigiar os eventos e participar dos acontecimentos políticos do Estado e do Brasil. Em entrevista ao Portal Leiajá, ele falou sobre o processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff: “Acredito que as possibilidades de Dilma voltar são mínimas”, declarou.
Na noite dessa terça-feira (9), com a aprovação no Senado da pronúncia da presidente afastada Dilma Rousseff por crime de responsabilidade, começam a contar os prazos para o julgamento propriamente dito do processo de impeachment. “Apesar de acreditar em poucas chances, não posso dizer que são nulas porque na política tudo é possível, tudo acontece, tudo pode acontecer”, declarou.
O também ex-prefeito do Recife também declarou que “as eleições municipais de 2016 serão as mais imprevisíveis possíveis”. Ele acredita que a Lei nº 13.165/2015, conhecida como Reforma Eleitoral 2015, que alterou as regras das eleições de 2016, restringe muito a campanha dos candidatos. “Essas alterações mudam normas de publicidade, de propaganda, a parte disciplinar e uma série de outros aspectos restringindo de tal maneira que não sei como a propaganda será feita”, disse.
Uma das restrições é a propaganda eleitoral por meio de outdoors, inclusive eletrônicos, que não é permitida. A empresa responsável, os partidos, as coligações e os candidatos que desrespeitarem essa regra estão sujeitos à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento de multa no valor de R$ 5 mil a R$ 15 mil. “Eu discordo. Já não vai haver dinheiro. O outdoor é um dos únicos meios de propaganda no qual o candidato da classe média pode pagar. Eu sempre usei muito outdoor”, contou.
Magalhães afirma que é necessário separar as situações. “Uma coisa é o Caixa 2, a propina e o assalto ao poder público. Outra coisa é a propaganda. É preciso ter o mínimo de instrumentos para o candidato poder chegar lá sem ter uma eleição caríssima. Os eleitores devem ficar atentos. A abstenção será alta, haverá muita rejeição, principalmente, aos que já têm mandato que estão na mira dos mais exigentes”, finalizou.
Homenagem
O ex-governador também esteve presente, na última segunda-feira (8), na homenagem que a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) realizou pelos cinquenta anos de vida pública de Marco Maciel. “Já viu festa mais bonita do que essa? Como Krause citou a frase do seu pai, eu concordo: Maciel era a pessoa humana menos imperfeita que já conheci. Não irei cometer um plágio, mas, com minhas palavras afirmo que ele foi um homem de inúmeras virtudes a começar pela educação familiar rigorosa e, depois, pela rígida formação católica que ele recebeu”.
Roberto não poupou elogios. “Concluo dizendo que Marco Maciel possuía um conjunto de valores que o norteou na sua vida pública, sobretudo, como vice-presidente. Ele foi realmente um homem de raras virtudes. Muito diferente de Lula, sei que às vezes vou além do que deveria dizer, de Maciel nunca ouvi ele falar uma pornografia”, finalizou.