IPMN: recifenses são contra a interrupção da Lava Jato
83,5% dos entrevistados pelo Instituto apoiam as investigações da operação da Polícia Federal
A Operação Lava Jato, instrumento da Polícia Federal (PF) para investigar o esquema de lavagem de dinheiro em contratos da Petrobras, tem o apoio da maioria dos recifenses. Segundo um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), divulgado nesta terça-feira (12), 91,8% dos que residem na capital pernambucana conhecem o teor das investigações e deles 83,5% apoiam a iniciativa.
A análise, encomendada pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, também aponta que a operação, já na 27ª fase, não deve ser interrompida para beneficiar os envolvidos. Ao IPMN, 72,8% dos entrevistados disseram acreditar que os políticos vão “dar um jeitinho” para enfraquecer a Lava Jato.
Em contraponto, ao conjecturar um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), 75,8% dos entrevistados responderam ao Instituto que a Lava Jato deve continuar investigando políticos e empresários. Indagados se no caso de impeachment, a operação deveria parar as apurações, 81,4% disseram que não e 14,2% sim.
Sobre uma possível união dos políticos para frear ou acabar com a operação da PF visando melhorar a economia brasileira e amenizar a crise, 69,4% dos recifenses disseram não concordar com a iniciativa, enquanto 23,8% defenderam que sim.
Sob a ótica do coordenador do IPMN e cientista político, Adriano Oliveira, a operação da Polícia Federal conquistou a admiração dos recifenses e gerado desconfiança da população diante dos políticos. “A Lava Jato tem um respaldo diante do eleitorado recifense e isso se dá ao desejo de justiça. O fato de estar sendo uma operação que prende políticos e empresários faz com que as pessoas passem a admirar e confiar na operação, além de defender a continuidade dela”, pontuou.
Diante das críticas a parcialidade no andamento das investigações da operação, o IPMN indagou aos recifenses sobre como eles viam o instrumento. A maioria, 60,9%, afirmou considerar a Lava Jato imparcial, 26,3% classificou-a como partidarizada e 12,8% não soube responder.
Ainda de acordo com o levantamento, 54,6% dos entrevistados não acreditam que a Lava Jato vai mudar o comportamento dos políticos e 42,6% avaliam que sim. Já sobre os eleitores, 67,5% disseram acreditar que as investigações vão modificar a postura dos cidadãos, enquanto 29,6% disse que não.
Dados do levantamento - A pesquisa do IPMN ouviu 624 pessoas no Recife, nos dias 4 e 5 de abril. O nível de confiabilidade é de 95% e a margem de erro é de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos.