Parlamentares do Mercosul são contra impeachment
Segundo Humberto Costa, os membros do Parlasul decidiram divulgar uma carta de repúdio "ao movimento golpista"
Líder do PT no Senado, Humberto Costa declarou, nesta segunda-feira (14), que os congressistas do Parlamento do Mercosul (Parlasul) vão divulgar uma carta de repúdio ao processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff (PT).
O senador, que está em Montevidéu desde sábado (12) reunido com os demais parlamentares progressistas do grupo, relatou a situação política do Brasil e solicitou aos membros da bancada apoio à presidente "contra o golpe que está em curso no país”.
Segundo ele, os membros do Parlasul se sensibilizaram com o tema e decidiram divulgar uma carta de repúdio ao movimento golpista em que será declarado apoio integral a Dilma.
“Estamos vendo no Brasil uma tentativa de impedimento de uma presidenta eleita de forma legítima pelo povo brasileiro e que não cometeu qualquer crime. São setores da oposição que não se conformam com o resultado das urnas e brigam contra a democracia”, afirmou.
O senador ressaltou que o Paraguai, membro do bloco junto com Brasil, Argentina, Venezuela e Uruguai, viveu situação semelhante em junho de 2012, quando o ex-presidente Fernando Lugo foi deposto em um procedimento contestável, realizado pelo Senado daquele país, que durou apenas 30 horas e passou para a História como "golpe paraguaio".
“Lá, o golpe foi ainda pior porque não foi assegurado sequer o amplo direito de defesa do então chefe do Executivo, em razão de que o Paraguai foi suspenso do Mercosul por conta da ruptura da ordem democrática. Só voltou depois que realizou novas eleições. Os congressistas do Parlasul estão acompanhando esses atentados que desrespeitam o voto dos eleitores e prejudicam a integração da região”, acredita.
Para Humberto, os membros do bloco têm consciência de que houve muito esforço e sacrifício por parte dos países da região para alcançar a democracia. “Não podemos jogar tudo isso fora agora porque alguns descontentes com o processo democrático querem ganhar no tapetão”, disse.
O líder do PT volta ao Brasil nesta terça-feira (15), direto para Brasília, onde retoma as atividades legislativas no Senado Federal.