“Todo apoio às investigações”, anuncia Marina Silva
A ex-ministra do Meio Ambiente se manifestou em relação a desvios e corrupção no meio político
A ex-candidata à presidência da República e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (PSB), se posicionou nesta sexta-feira (10) em relação ao suposto envolvimento de políticos em casos de corrupção. Em artigo divulgado no site da Rede Sustentabilidade, partido que ela luta para registrar junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Silva demonstrou confiança nas instituições que investigam as denúncias.
Para Marina Silva, as acusações que envolvem nomes de líderes políticos, como o da própria presidente Dilma Rousseff (PT) são graves. “As denúncias de corrupção e de desvio ético que atingem vários políticos e resvalam em algumas de nossas instituições são graves e têm gerado forte impacto na sociedade que manifesta, repetidamente, seu repúdio contra os fatos revelados”, analisou, frisando a importância de apoio os órgãos responsáveis pelas investigações. “Precisamos apoiar decididamente os órgãos de investigação e o sistema judiciário, mantendo a atenção para não haver interferência ou manipulação de ordem política”, completou.
Com demonstração de cautela, a ex-ministra pontuou o suposto envolvimento da presidente da República, mas lembrou de que as investigações ainda não foram concluídas. “A confiança vigilante nas instituições é a melhor maneira de evitar precipitações ou aventuras que não estejam respaldadas na Constituição e no nosso arcabouço legal, que exigem a comprovação cabal do envolvimento da Presidente da República em crimes contra a administração pública, por ação direta ou prevaricação no exercício do cargo, o que ainda não está caracterizado de forma conclusiva para um pedido de impeachment”, reforçou.
Como resposta ao posicionamento de Dilma e de alguns petistas que alegam que a oposição está promovendo um “golpe”, Marina acredita que essa postura pretende desviar o olhar dos brasileiros. “Mas também não podemos confundir a opinião pública com rótulos simplistas como “golpe de Estado”, que alimentam a polarização que só aprofunda o fosso entre as lideranças políticas e os reais interesses da sociedade, além de desviar o olhar da população das questões graves que são objeto dos inquéritos em curso. Estamos sendo chamados a responder à crise com a máxima responsabilidade”, ressaltou.
Outro assunto abordado pela ex-candidata à presidência da República foi o a saída de Rousseff por meio de impeachment. “As manifestações inflamadas ou meramente retóricas contra ou a favor do impeachment precisam ser substituídas por atitudes de apoio às instituições e de exigência de investigações profundas e consequentes”, sugeriu, pontuando a questão de interesses próprios. “Não é hora de instrumentalizar a crise em favor de qualquer interesse particular ou de grupos, mas de um esforço verdadeiro para enfrentar os graves problemas que já estão afetando severamente a vida das pessoas, como o desemprego, a inflação, as altas taxas de juros e a precarização dos serviços públicos essenciais, principalmente aos mais vulneráveis”, enumerou.
Marina Silva ainda enfatizou a importância da construção democrática em prol da construção coletividade da nação. “Precisamos, urgentemente, de realidade, de compromisso e um país completo em sua construção democrática, com foco inequívoco no bem comum”, desejou a ex-ministra.