Ex-executivo da Sete Brasil fica em silêncio em CPI

João Carlos Ferraz é suspeito de participação no esquema de corrupção na estatal. Ele apresentou habeas corpus e ficou calado para não se autoincriminar

por Dulce Mesquita ter, 16/06/2015 - 12:30
Alex Ferreira / Câmara dos Deputados "Eu vou exercer o direito de permanecer em silêncio", repetiu Ferraz a cada pergunta dos deputados Alex Ferreira / Câmara dos Deputados

Mais um depoente ficou em silêncio diante da CPI da Petrobras. A atitude, que virou rotina, frustrou mais uma vez os deputados, que esperavam ouvir nesta terça-feira (16), o ex-presidente da empresa Sete Brasil, João Carlos de Medeiros Ferraz. Ele é suspeito de participação no esquema de corrupção na estatal.

Com direito de permanecer calado para não se autoincriminar, o executivo não fez uso da palavra nem em discurso inicial. A cada pergunta feita pelos parlamentares, a resposta era a mesma: “por orientação dos meus advogados, eu vou exercer o direito de permanecer em silêncio”. Como ele foi convocado na condição de testemunha, Ferraz não foi dispensado pelo colegiado.

A empresa está sendo investigada por suposta participação no esquema de superfaturamento de contratos com a estatal e pagamento de propina. O ex-gerente da área de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, disse que a propina representava 1% dos contratos e era dividida em favor do PT (cujo representante era o então tesoureiro da legenda, João Vaccari Neto) e de executivos (neste caso, Barusco, Ferraz e o então diretor de Participações, Eduardo Musa). Os contratos somaram US$ 800 milhões.

A Sete Brasil é uma empresa privada, criada por iniciativa da própria Petrobras em 2011 para construir sondas de perfuração. O objetivo na época era reunir acionistas, como bancos e a própria Petrobras, para viabilizar financeiramente o projeto de adicionar conteúdo nacional aos equipamentos, até então comprados no exterior. O sub-relator da CPI, André Moura (PSC-SE), suspeita que a empresa tenha sido criada para dificultar fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) a respeito dos recursos públicos envolvidos na operação.

 

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