Dilma vai consultar centrais sobre fator previdenciário
Mesmo sem definição quanto ao veto ou à sanção, avaliação interna no Planalto é de que a tendência é Dilma vetar a alteração
O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou nesta segunda-feira (15) que a presidente Dilma Rousseff vai decidir se veta ou sanciona a emenda que flexibilizou o fator previdenciário só depois de uma reunião de ministros com representantes das centrais sindicais, agendada para esta tarde no Palácio do Planalto, e de conversas com os líderes da base no Congresso.
Devem participar do encontro nesta segunda-feira os ministros que compõem o grupo de trabalho instituído para elaborar uma alternativa ao texto aprovado pelo Congresso. São eles: Nelson Barbosa (Planejamento), Carlos Gabas (Previdência) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral). Edinho Silva disse ainda que os ministros devem falar à imprensa depois da reunião. "A presidente vai decidir a sua posição em relação à sanção ou veto após o diálogo com as centrais e os lideres. O veto ainda não está definido", ressaltou Edinho.
Apesar das declarações do ministro e de os auxiliares da presidente estarem divididos quanto ao melhor caminho a ser tomado pelo governo, a avaliação interna no Planalto é de que a tendência é Dilma vetar a alteração.
A nova fórmula inserida pelo Congresso, que cria uma "porta de saída" do fator, estabelece que uma pessoa pode receber o valor integral da pensão quando a soma de sua idade e do tempo de contribuição alcançar 85 anos (para as mulheres) ou 95 anos (para os homens). Edinho afirmou hoje que esse modelo não traria impacto imediato, no restante do mandato de Dilma, mas pontuou que a petista adotará uma posição "extremamente responsável".
"Esse é o espírito do governo da presidente Dilma: um governo que tem responsabilidade não só com o período que governa, mas com a sociedade brasileira", disse o ministro. "(Um governo que) tem responsabilidade para que a Previdência seja sustentável; a maior defesa que se pode fazer do sistema previdenciário é garantir a sua sustentabilidade", concluiu.
Mais cedo, o vice-presidente Michel Temer declarou que a decisão pelo veto ou pela sanção da emenda do fator previdenciário não deve ser conhecida nesta segunda-feira.