Rui Falcão: alta da alíquota da CSLL 'foi medida positiva'
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou na noite desta sexta-feira (22), que viu como positivo o anúncio da MP que eleva a alíquota da CSLL sobre bancos e outras instituições financeiras, de 15% para 20%, e disse acreditar que novas medidas deverão vir. "Acho que foi positivo, é uma medida positiva como outras que deverão seguir", disse. "Já teve aumento do IOF, aumento do imposto de importação, teve algumas medidas para usar a linguagem de vocês que batem no andar de cima", afirmou aos jornalistas ao chegar para a abertura do Congresso estadual do partido, em São Paulo.
Segundo Falcão, há ainda a expectativa de que o governo coloque na pauta o imposto sobre grandes fortunas. "Isso é decisão do governo", disse. "Estou imaginando que deva haver já que tem muita gente defendendo, discutindo. Não no governo, mas entre nós", afirmou.
O petista defendeu ainda o retorno da CPMF como uma alternativa para o governo conseguir obter mais recursos. "A CPMF era um imposto que o Joaquim Levy já defendeu no passado", disse, reforçando que o imposto tem como finalidade arrumar mais recursos para a saúde. "É um imposto limpo, não regressivo, transparente", disse.
Questionado sobre se o retorno de tributos ou até a criação de novos impostos não seria uma forma de penalizar ainda mais os brasileiros em um momento de desemprego em alta, Falcão argumentou que, no caso da CPMF somente 13 milhões de pessoas eram impactas. "Não dava nem 10% da população, seria um esforço importante para você, além de cortar custeio, arrumar recursos para investimento", disse.
Sobre a provável intenção do ministro da Fazenda em criar novos impostos, Falcão disse que o importante é ver que camada social essa criação de tributos poderia impactar. "Não sei quais impostos e se ele vai propor, mas impostos que peguem quem tem condições de arcar com eles é bom", afirmou.
O presidente do PT esteve hoje em Brasília, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a convite da presidente Dilma Rousseff. Falcão não quis falar o assunto do encontro e minimizou o fato dos dois terem disso chamado por Dilma de última hora. "Periodicamente a gente conversa", disse.
Perguntado sobre se o tamanho do contingenciamento do Orçamento anunciado hoje pelo governo de R$ 69,9 bilhões foi um dos temas da reunião, Falcão esquivou-se e disse que "não fala de reunião". Ele disse ainda que a presidente Dilma vai explicar todas as decisões do governo em relação ao ajuste. "Ela vai explicar, imagino que sim."
Sobre se achava o tamanho do corte de despesas era suficiente para que o governo cumpra a meta fiscal e "feche a conta", Falcão disse. "Vai fechar."