Câmara deve votar fim da revista vexatória em fevereiro
Proposta tramita em regime de urgência. Se aprovada segue para sanção presidencial
O projeto de lei que obriga os estabelecimentos penais a dispor de equipamentos eletrônicos detectores de metais e de raio-X para realizar a revista íntima em pessoas que desejem visitar presos está pronto para ser votado de maneira conclusiva na Câmara. A proposta está na pauta das comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e de Constituição e Justiça da Casa e tramita em regime de urgência. A expectativa é de que o texto seja analisado em fevereiro.
Se aprovada, a matéria seguirá direto para sanção presidencial. O projeto tem a relatoria do senador Humberto Costa (PT) e foi aprovada em junho pelo Senado. “A revista íntima realizada em adultos é violenta, vexatória e constrangedora. Agora, imagine isso ocorrendo com bebês, crianças e adolescentes. O fato de a criança, ou mesmo o adulto, ser obrigada a se despir perante terceiros agride frontalmente sua integridade psíquica e moral”, avalia Costa.
De acordo com o texto, as revistas manuais só serão permitidas depois que o uso do equipamento eletrônico apontar alguma suspeita de material proibido, sendo vedada, porém, “qualquer forma de desnudamento, tratamento desumano ou degradante”. Além disso, também podertá ser efetuada caso o estado de saúde da pessoa que visita a impeça de ser submetida a determinados equipamentos de segurança.
Atualmente os que desejam visitar parentes ou amigos presos em penitenciárias por todo o país tem de passar por inspeção corporal que a obriga a despir-se parcial ou totalmente. No procedimento, os responsáveis pela segurança do local revistam, muitas vezes, os visitantes completamente nus, inclusive com auxílio de instrumentos, chegando a tocar nas suas partes íntimas.