'Coxinhas' e indignados na porta do Parlamento
Grupo chegou a ter cerca de 50 pessoas e incluía integrantes de diversas faixas etárias
Reacionários, "coxinhas", indignados e apartidários. Assim se descreveram, nesta quarta-feira, 03, os integrantes do grupo que protestava diante do Congresso contra o governo Dilma Rousseff e contra a aprovação do projeto que flexibiliza a meta de superávit. Enquanto uma mulher vestida de vermelho se indignou ao entender que havia sido chamada de petista, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi tratado como líder.
O grupo chegou a ter cerca de 50 pessoas e incluía pessoas de diversas faixas etárias. A mais velha era a aposentada Ruth Gomes de Sá, 79, que levou uma gravata de um policial do Senado durante o protesto na galeria na Câmara na noite de terça-feira. Ontem pela manhã, Ruth chegou ao Congresso com uma bandeira do Brasil enrolada na cintura e com uma cópia da queixa que prestou contra seus agressores. "Não vou desistir nunca", disse a aposentada, que afirmou não ser filiada, mas frequentadora ativa de "todos" os eventos do PSDB.
Outro manifestante era o administrador Marcello Reis, organizador do grupo Revoltados On Line, que organiza suas ações via internet e conta com quase 300 mil seguidores no Facebook. Reis foi um dos únicos manifestantes a ter acesso ao interior do Congresso ontem. Ele passou o dia tentando, na Justiça, autorização para que os demais ativistas entrassem.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou que o Revoltados On Line é um grupo de extrema-direita, que está começando a levar suas ações do ambiente da internet para as ruas. O petista disse ainda que o grupo tem treinamento militar e defende a suspensão dos trabalhos do Congresso Nacional.
"Nunca participei de grupo paramilitar. Isso é mentira. Disseram também que somos contra os gays. Isso também é mentira", afirmou Reis, que negou ter filiação partidária e disse ser contra a ditadura militar.
Reis passou boa parte do dia acompanhado do cantor Lobão, que chegou ontem a Brasília para participar da manifestação. No gabinete da liderança do DEM na Câmara dos Deputados, o músico afirmou que passaria a noite em Brasília. Questionado se faria vigília, respondeu em tom jocoso. "Vou para um hotel. Sou coxinha", afirmou.
'Reacionário de Twitter'
O publicitário Renato Malta, 32, disse "se identificar muito" com as causas defendidas pelos manifestantes e se qualificou como um "reacionário de Twitter" que "troca uma ideia com o Lobão".
"Ajudo a divulgar tudo o que é mentira divulgado pelo governo", afirmou o publicitário. A seu lado estava o professor Paulo Castelo, 36, que disse ter ido protestar para que o governo do Distrito Federal convoque professores que fizeram concurso em 2013. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.