Acordo impede que líderes do PT e do PSDB deponham na CPMI

Ex-presidente Lula (PT), a presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Aécio Neves (PSDB) e o ex-ministro Antônio Palocci estavam na lista dos que seriam convocados para falar sobre a Petrobras

por Giselly Santos qui, 06/11/2014 - 10:34
Antonio Cruz/ABr Deputado justificou o acordo pela falta de tempo da CPMI Antonio Cruz/ABr

Um acordo selado entre a base do governo e da oposição que compõem a CPMI da Petrobras evitou a convocação de líderes do PT e do PSDB para prestar esclarecimentos sobre os acordos irregulares fechados pela estatal. Entre os que seriam convidados estavam a presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Lula (PT), o ministro da Fazenda Guido Mantega, o ex-ministro Antonio Palocci, os senadores Aécio Neves (PSDB), Álvaro Dias (PSDB) e Gleisi Hoffmann (PT), além dos tesoureiros do PSDB Rodrigo de Castro e José Gregori, e do PT, João Vaccari Neto. 

Antes de iniciar a reunião administrativa da CPMI, nessa quarta-feira (5), que analisaria 497 requerimentos, os líderes se reuniram a portas fechadas, por cerca de uma hora e meia, e travaram o acordo. Nenhum requerimento polêmico foi colocado em votação, deixando assim todos os políticos citados acima blindados da interrogação parlamentar. 

Ao relatar a reunião, o deputado Marco Maia (PT-RS), confirmou a parceria para evitar as convocações por conta do prazo para a CPMI ser encerrada. “Nós tivemos um acordo aceito por todos de que nós, em função do prazo exíguo, não trataríamos da convocação de ninguém da política, portanto se incluiu os tesoureiros dos partidos, os dirigentes partidários e os parlamentares”, disse. O grupo foi instalado em maio e tem duração até o próximo dia 23, mas deverá ser prorrogada até 22 de dezembro.

Dos aprovados, apenas nove pessoas serão convocadas a prestar esclarecimentos ao colegiado. Segundo Maia, elas são consideradas “laranjas” do suposto esquema de lavagem de dinheiro orquestrado em parceria pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e pelo doleiro Alberto Youssef.

“Todas as convocações novas são laranjas que tinham algum tipo de relação com o Paulo Roberto Costa ou com o Alberto Yousseff. Então foi uma opção política fruto de um acordo que foi firmado pela comissão”, explicou o relator. 

Entre as pessoas que foram convidadas a prestar esclarecimentos, estão o sócio do genro de Paulo Roberto Costa, Marcelo Barboza Daniel; o executivo João Procópio Junqueira; o ex-funcionário da GFD Investimentos, Rafael Angelo Lopes e o representante do Banco Máxima, Saul Sabbá. As datas para os depoimentos ainda não foram divulgadas. 

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