Sem Marina, Dilma reforçará agenda ambiental em NY
A pessebista considerou que a viagem comprometeria a agenda de campanha
A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, desistiu de participar da Cúpula do Clima, marcada para o próxima terça-feira, 23, em Nova York. Sem Marina pelas imediações, a presidente Dilma Rousseff terá a oportunidade de reforçar sua agenda ambiental no evento que antecede a 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
Mesmo com a possibilidade de atrair os holofotes no evento ambientalista, Marina considerou que a viagem comprometeria pelo menos três dias da agenda de campanha no Brasil. A ex-senadora segue estável nas pesquisas de intenção de voto, mas, com a leve reação do tucano Aécio Neves nos últimos levantamentos, a campanha considerou que não poderia, faltando duas semanas para o primeiro turno, "desperdiçar" tempo com uma programação no exterior.
Conforme o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, antecipou no dia 22 de agosto, o novo cenário eleitoral fez a presidente Dilma confirmar a presença na Cúpula do Clima. Aconselhada por seu comitê político, a petista pretende fazer o tradicional discurso de abertura da Assembleia e participar da cúpula de chefes de Estado sobre mudanças do clima, em uma ação que lhe daria uma visibilidade que os concorrentes na disputa presidencial não têm.
A campanha de Dilma cogitou até a possibilidade de a petista aproveitar a passagem pelos EUA para se encontrar com a comunidade brasileira que vive em Nova York, mas a ideia foi abandonada. No segundo turno das eleições de 2010, Dilma obteve apenas 26,48% dos votos válidos dos brasileiros que compareceram às urnas em Nova York. Em Washington D.C., o índice foi ainda menor: 21,15%.
Convite
Embora não seja chefe de Estado, Marina foi convidada ao evento por ser representante da América Latina desde 2011 no Millennium Development Goals (MDG) Advocacy Group, organismo que atua na mobilização global para que os Objetivos do Milênio sejam realizados até 2015. Em 2009, ela recebeu da Fundação Príncipe Albert 2º de Mônaco o prêmio sobre Mudança Climática (Climate Change Award), em reconhecimento aos seus projetos na área do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável.
Considerada "estrela" da luta ambientalista internacional, a ex-senadora já foi incluída na lista do jornal britânico "The Guardian" entre as 50 pessoas que podem ajudar a "salvar" o planeta das mudanças climáticas. Marina também levou em 2007 "Champions of the Earth", o principal prêmio da ONU na área ambiental. Em outubro de 2008, recebeu do príncipe Philip da Inglaterra a medalha Duque de Edimburgo (o prêmio mais importante concedido pela Rede WWF), em reconhecimento ao seu envolvimento com a defesa da Amazônia brasileira. Em 2009, recebeu em Oslo, na Noruega, o prêmio da Sophie Foundation, concedido a pessoas e organizações que se destacam nas áreas ambientais e do desenvolvimento sustentável. (Daiene Cardoso e Rafael Moraes Moura). Aconselhada por seu comitê político, a petista pretende fazer o tradicional discurso de abertura da Assembleia e participar da cúpula de chefes de Estado sobre mudanças do clima, em uma ação que lhe daria uma visibilidade que os concorrentes na disputa presidencial não têm.