Vice de Aécio atribui vaias à Dilma a impopularidade
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato à vice-presidente na chapa de Aécio Neves, disse não ter ficado surpreso com as vaias recebidas pela presidente Dilma Rousseff durante a final da Copa do Mundo, no Maracanã. "É um sinal claro de rejeição, da impopularidade. Se ela é vaiada em locais onde há um controle absoluto do público, o que seria de se esperar num estádio?", observou.
O senador disse não ter visto a carta da presidente endereçada à comissão técnica e jogadores, divulgada no início da manhã de domingo. "Mas claramente é uma jogada de marketing: ela já quis explorar a vitória, apareceu naquela foto estranha, imitando o gesto do Neymar." Para Nunes, porém, nenhuma dessas estratégias terá resultado prático. "O que as pessoas querem é qualidade nos serviços, economia estável."
O candidato repetiu o discurso que tucanos vem apresentando nas duas últimas semanas: de que a Copa não influencia a eleição. Assim como seus pares, ele recorreu às estatísticas de eleições passadas: "Ganhar ou perder o campeonato não decide eleições e a história mostra isso. São coisas distintas." Mas ele observa que o chamado "legado da Copa" pode contar desfavoravelmente. "Aeroportos que eram ruins melhoraram, mas ainda estão longe de ter um bom padrão. Os atrasos das obras foi considerável e isso não será esquecido", disse.
Nunes assistiu o jogo entre Alemanha e Argentina em Brasília, com sua mulher. "Comendo pipoca e torcendo para a Argentina", contou. Em seu balanço, o sucesso conquistado pela Copa não está relacionado à organização. "Foi o clima da qualidade dos jogos, das torcidas."
O senador avalia que o clima de disputa eleitoral vai levar um tempo para começar a esquentar. "Por enquanto, o trabalho ainda é nos partidos, na montagem da campanha. Para valer será no momento em que tiver início a campanha na TV", disse.
O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou que o mundial de futebol vai deixar como legado a conscientização da sociedade sobre qualidade das obras públicas e a necessidade da fiscalização dos gastos. "A própria presidente Dilma politizou a Copa. Isso ficou evidente nas manifestações de junho do ano passado, quando a população saiu às ruas por não concordar com a gastança excessiva e a exigência do 'padrão Fifa' para os estádios. Esse, talvez, seja o grande legado da Copa", disse Rubens Bueno.