Suspeito em negócio de plataforma se defende

qua, 19/03/2014 - 20:10

O sócio-fundador das empresas Serpetro, Faercom e Oildrive, Julio Faerman, citado em denúncia na internet como suposto repassador de propinas da SBM Offshore, empresa holandesa que aluga navios-plataforma (FPSOs) a petroleiras, desqualificou as acusações e defendeu sua trajetória profissional em carta aberta publicada nesta quarta-feira (19).

As firmas de Faerman foram representantes da SBM no Brasil por 30 anos, até a empresa estabelecer escritório no Rio. Seu nome foi citado em relatório de um ex-funcionário da companhia holandesa, publicado em outubro do ano passado na enciclopédia eletrônica Wikipédia, acusando a ex-empregadora de pagar US$ 250 milhões em propinas a autoridades de diversos países, incluindo US$ 139,2 milhões destinados ao Brasil.

Faerman diz na carta que sua "honra tem sido gravemente atacada". "Este ex-funcionário da SBM, conforme relato daquela mesma companhia, tentou extorqui-la antes de tornar públicas as alegações que hoje são acolhidas e veiculadas de forma leviana. Não há outra fonte, não há outra prova", diz a carta, publicada em espaço publicitário, no jornal O Globo.

Em nota à imprensa, após a revelação da denúncia do ex-funcionário pela revista de negócios holandesa Quote, no início de fevereiro, a SBM também desqualificou as acusações e relatou a tentativa de chantagem.

A carta também associa o nome de um funcionário da Petrobras citado na denúncia a um diretor da companhia. Segundo o relatório publicado na internet, e-mails entre executivos da SBM citariam uma reunião futura com o então "engenheiro-chefe" da Petrobras, citado apenas como Figueiredo. José Antônio de Figueiredo é diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais. "Foi mencionado o nome de um diretor da Petrobras cuja integridade irretocável e um longo histórico de serviços prestados àquela companhia são de pleno conhecimento", diz a carta.

O Ministério Público da Holanda incluiu o depoimento do ex-funcionário na investigação que corre no país, após a própria SBM encaminhar informações sobre o caso a partir de uma auditoria interna, revelada em abril de 2012. Após a Petrobras ser envolvida, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal abriram investigações. A Câmara dos Deputados também criou uma comissão externa para apurar o caro.

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