FHC atribui sucesso do Plano Real à adesão popular

O ex-presidente alertou que o governo deve ficar atento ao cenário econômico

por Giselly Santos ter, 25/02/2014 - 13:51
Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr Questionado sobre um possível descontrole da inflação hoje, o ex-presidente ponderou que o índice de 5,91% registrado no ano passado não pode ser considerado elevado Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Ao chegar, nesta terça-feira (25), para sessão solene destinada a comemorar os 20 anos de lançamento do Plano Real, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que o programa de estabilização econômica lançado para controlar a hiperinflação que assolava o país só deu certo em razão da adesão da população. Em julho de 1994, ele era ministro da Fazenda, tendo sido responsável por comandar a equipe de economistas que elaborou o programa.

"A véspera do lançamento do plano foi um dia muito tenso. Havia muita incompreensão. As pessoas tinham receio que a URV fosse prejudicar os trabalhadores. Havia muita resistência de ministros, mas o presidente Itamar (Franco) foi firme. Em pouco tempo, a população entendeu e aderiu. Isso que é importante. Está na hora de tomar outras decisões, não vou dizer o que é, mas o povo sente que está na hora de apontar um novo rumo", afirmou o ex-presidente.

Questionado sobre um possível descontrole da inflação hoje, o ex-presidente ponderou que o índice de 5,91% registrado no ano passado não pode ser considerado elevado, em comparação com a situação que encontrou quando assumiu o Ministério da Fazenda durante o governo Itamar Franco. Mas Fernando Henrique observou que o governo deve estar sempre atento às mudanças no cenário econômico.

"Não posso ser injusto e dizer que o governo não controla a inflação. Isso não quer dizer que não tenhamos que continuar controlando. Eu me preocupo sim com a questão de cumprir o programa de metas da inflação e com a responsabilidade fiscal. A política econômica não é receita, é navegação. Temos que ver a cada momento o que se deve fazer. O Brasil está um pouco em um compasso diferente do resto do mundo", avaliou.

*Com as informações da Agência Senado

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