Freire defende Campos, mas PPS não define aliança
Em Pernambuco, os pós-comunistas ainda estão divididos em quem apoiar
Depois de quase quatro horas da realização do XVIII Congresso Estadual, ocorrido neste sábado (30), em Pernambuco, o Partido Popular Socialista (PPS) não definiu qual candidato apoiará para a presidência em 2014. A reunião promovida no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, empurrou a definição da aliança para o Congresso Nacional da próxima semana.
Incisivo na escolha por Eduardo Campos (PSB), o presidente da legenda, deputado Roberto Freire, defendeu abertamente apoio ao socialista, enquanto alguns correligionários optaram por candidatura própria ou mesmo aliança com o PSDB de Aécio Neves. “A opção por Eduardo, além de garantir um segundo turno, nós temos como fazer certo reencontro daquele partido comunista (que éramos quando surgimos) com o socialista”, justificou alegando ainda que candidatura própria causará isolamento do partido.
Diferente da opinião do presidente da legenda, o vereador Raul Jungmann (PPS) defendeu candidatura própria e colou o nome de Soninha Francine. “Eu tenho um sonho que este partido se desenhe com suas próprias pernas. Ele (Roberto Freire) entende que, neste momento, a importância é derrotar o governo para desenvolvermos as potencialidades do nosso país, mas eu tenho um sonho de ver este partido de fato, e fazermos aqui candidatura própria”, opinou Jungmann.
Demonstrando confiança nas escolhas por Francine, o vereador também não descartou alianças com outros partidos, caso seja a escolha do PPS nacional. ”Seja qual for o resultado do meu partido, o valor maior é a nossa unidade. A minha opção é candidatura própria, a segunda é com os tucanos, mas se o partido decidir diferente de nós, não tem problema, vamos lutar com o partido. Por isso é que nós entendemos que precisamos de mais tempo para operar esta unidade”, frisou.
Para o presidente da Juventude do PPS em Pernambuco, Cristiano Vasconcelos, as candidaturas expostas no cenário atual não demonstram novidade, por isso, também defende candidatura própria. “Esta candidatura traz algo de novo ou é o mesmo discurso com um rosto diferente? Se a gente apoiar Eduardo, teremos posteriormente a mesma coisa? A minha decisão é candidatura própria, isso vai fazer o partido crescer, vamos viabilizar isso e discutir nossa proposta e não de outros”, alegou.
Mesmo com os discursos dos membros do PPS, Freire não mudou sua opinião e apesar da atitude relembrou o passado e comentou a época do ex-governador e avô de Eduardo Campos. “É bom dizer que a aliança com o PSB em Pernambuco nunca foi aliança histórica. Aqui enfrentamos Arraes conhecido como - Arraes caduco, Pinochet de Pernambuco. O reencontro não foi buscado, mas nós estamos buscando este encontro com o governo em 2014”, relatou Freire.
Como não se chegou a uma conclusão aqui como ocorreu já em Minas Gerais que apoiará Aécio e São Paulo e Espírito Santo Eduardo Campos, a indefinição em Pernambuco só deverá ser definida no congresso nacional do partido marcado para 7 e 8 de dezembro, em São Paulo.
Além da aliança em 2014, no evento do PPS, também foi eleita a nova direção do partido e entre os componentes está a presidente estadual do legenda no Estado, Débora Albuquerque, reeleita por mais dois anos.