Governador estuda criação de protocolo de segurança

A ideia do socialista é garantir a realização das manifestações sem atrapalhar os demais cidadãos

por Élida Maria ter, 03/09/2013 - 15:58
Fernando da Hora/LeiaJáImagens/Arquivo Campos quer se espelhar em países como a França e a Inglaterra Fernando da Hora/LeiaJáImagens/Arquivo

A forma como se deu as últimas manifestações no Recife com a presença de baderneiros queimando ônibus, usando coquetel molotov e até quebrando bens públicos impulsionou uma discussão entre a esfera estadual sobre a utilização de máscaras ou não, em tais protestos. Por medida de segurança, o procedimento foi vetado dias atrás, pelo secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, mas abriu um leque de discussão e diálogo apontados pelo governador Eduardo Campos (PSB).

Segundo o socialista foi aberto um debate interno na Câmara de Articulação do programa estadual ‘Pacto pela Vida’ com o intuito de ser elaborado um protocolo de segurança. A iniciativa deverá orientar policiais e demais profissionais que trabalham com a ordem social em geral, de como agir diante de algumas manifestações sociais de forma que garantam democraticamente o direito dos cidadãos protestarem, sem ferir o direito das demais pessoas não adeptas ao ato.

“A gente vai precisar fazer um grande diálogo entre as instituições e a sociedade e a gente tem que fazer isso olhando inclusive, experiências fora do Brasil. Aonde nós temos democracias muito mais consolidadas, porque temos a democracia muito jovem no Brasil. Você pode olhar a França, a Inglaterra, a Espanha, outras grandes democracias do mundo e vê como é que eles aprenderam vivendo também momentos como este, a desenvolver protocolos que você garanta o direito da cidadania”, disse o governador.

A ideia de Eduardo Campos é usar exemplos reais existentes em países desenvolvidos e dialogar com órgãos públicos as ações mais adequadas, independente da decisão da Secretaria de Defesa Social. “O que nós estamos tentando fazer não é definir uma regra. A questão não é máscara ou não máscara. A questão é muito mais profunda e estruturante, é como a gente protege e garante a expressão democrática de quem quer protestar e como é que a gente garante também, o direito das pessoas que também procuraram o governo para reclamar”, esclareceu.

Na discussão liderada por membros do Pacto pela Vida deverá ser escutado sugestões de várias instituições, até se definir de fato, um consenso que poderá se transformar num protocolo. “O que decidimos: fazer ruma reunião na Câmara e abrir um debate sobre este procedimento. Na horta que todos se coloquem claramente: o Ministério Público, o judiciário, as academias, as entidades de direitos humanos, nós vamos ser o primeiro Estado a desenvolver um protocolo”, deseja Campos.

Para o governador, a criação desta nova fórmula de lidar com os protestos em Pernambuco permite uma maturidade entre os profissionais. “Esse é um debate que vai gerar um amadurecimento da relação, porque nós vamos ter uma orientação dos funcionários de segurança pública”, ressaltou o socialista.

 

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