Divergências do PT são pessoais, afirma Gilson Guimarães
Para candidato à presidência estadual da legenda, os atritos públicos desgastam ainda mais a imagem do partido
Os desentendimentos do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco estão ligados a problemas pessoais, acredita o candidato à presidência estadual da legenda, Gilson Guimarães. Recentemente, na cidade de Paulista, Região Metropolitana do Recife, a executiva municipal tomou uma decisão rígida e se declarou oposição na cidade, fato não acatado por todos os filiados. Outro caso quem traz à tona as brigas internas é o Processo de Eleição Direta (PED) 2013, marcado para ocorrer em novembro, mas que já movimenta os militantes.
Desde as eleições de 2012, quando o ex-prefeito João da Costa (PT) não pôde ser candidato e foi lançada uma chapa com o senador Humberto Costa e o deputado federal João Paulo, o partido parece estar com as pernas bambas no sentido de alinhamento e falta de unidade.
Devido às brigas na época a legenda tomou uma posição. “A lição que nós tiramos, tanto a direção nacional quanto a estadual e municipal, do problema que aconteceu no Recife, a direção nacional reconheceu que quem estiver na cadeira de prefeito terá o direito de tentar a sua reeleição. Nós identificamos que ele era o único representante na disputa que poderia defender o projeto e não fazer a troca. Nós identificamos isso depois do resultado”, contou Guimarães.
Para o petista, o grande problema do PT ainda são os desentendimentos pessoais. “No meu entender, a divergência é muito mais no campo pessoal do que no campo político. A divergência foi ampliada e elevada ao poder, muito mais no campo pessoal”, avalia.
Ele também relembrou a vinda do representante nacional a Pernambuco, e relatou não ter havido êxito. “O Paulo Teixeira esteve aqui como secretário geral do PT para tentar construir o entendimento. Porque ele não conseguiu? Porque ele foi procurar fazer reuniões em escritórios dessas lideranças. No escritório de Humberto, de João Paulo, de João da Costa e nós nos negamos participar, porque se ele veio para fazer o debate de tentar encontrar um consenso de unificação para colhermos do resultado ele precisaria fazer isso dentro da sede do partido e ele não fez”, criticou.
O postulante à liderança estadual do PT acha que a militância, os filiados e parte da direção têm uma disposição de construir um entendimento, mas as lideranças ainda possuem problemas pessoais. “Eu acho que o partido e a direção têm que tomar uma posição coletivamente, definir sua estratégia, sua tática, como é que nós vamos nos construir em Pernambuco daqui para frente, como é que nós vamos fazer a campanha da companheira Dilma e enquadrar essas lideranças. As lideranças não podem ser maiores que o partido e essas lideranças não podem estar num processo de atrito público que desgasta ainda mais a imagem do partido e desgasta o nosso projeto nacional do PT”, opinou.