Ataques marcam primeiro debate televisivo no Recife
Ataques pessoais e políticios marcaram o primeiro debate televisivo, realizado pela Tribuna/Band
O primeiro debate entre os candidatos a Prefeitura do Recife, realizado pela Tribuna/Band na tarde desta segunda-feira, foi marcado muito mais pela tentativa de ataques pessoas e políticos do que pela explanação de propostas para os problemas da cidade. Com isso, o ponto alto do encontro acabou sendo um bate boca entre os candidatos Daniel Coelho (PSDB) e Geraldo Julio (PSB).
Irritado pelo fato do candidato do governador Eduardo Campos não ter dado respostas mais concretas, o tucano foi à forra. “Você não responde nada e só fica decorando as coisas. Me diga se você aprova ou não a administração do prefeito João da Costa?”, indagou Daniel, para receber também uma dura resposta.“ Vocé é que esconde a cor do seu partido. O prefeito já disse que o candidato dele é do partido dele. Foi ele quem falou. O PSB ajudou sim a governar o Recife”, cravou o socialista, salientando que o PSB não pode ser culpado pela má avaliação do atual governo.
“O PSB não pode ser culpado pelo o que está acontecendo aí. Quem tem culpa são os aliados de Humberto. Foram muitas confusões e intrigas. Meu partido e minha coligação não podem ser responsabilizados por isso”, defendeu, atacando o candidato do PT, Humberto Costa. No debate, Daniel condenou a postura do socialista. “Pode se fabricar tudo, menos uma história de fazer o Recife e a insistência de enrolar”, cutucou o tucano. Na tréplica, Geraldo colocou o deputado em saia-justa por conta da coloração de campanha. “Quero dizer que não sou como você, que parece ter alguma coisa a esconder. Você não é do PV, que decidiu apoiar nossa candidatura. Você parece que quer esconder FHC, Serra… Não quero esconder nada”, respondeu Geraldo Julio, que surpreendeu com uma postura mais afirmativa e agressiva, já que estava sendo atacado por praticamente todos os candidatos.
“Você confiaria numa pessoa que não conhece para administrar sua casa?”, indagou por sua vez o candidato Humberto Costa (PT), numa referência à Geraldo Julio. Foi com ele que o petista tratou de questoes sobre saúde, sendo acusado de ter sido um mau gestor enquanto ocupou o Ministério da Saúde do Governo Lula. “Trouxemos muitas verbas para Pernambuco e para o Recife”, disse Humberto, que ficou no paredão quando foi instado a defender a administração do prefeito João da Costa. “PT e PSB administram a cidade há 12 anos e são responsáveis pelo fracasso dessa gestão”, acusou o candidato Mendonça Filho (DEM).
Daniel Coelho (PSDB) foi o que se saiu melhor, talvez pelo fato de ter sido o menos questionado. Atacou a gestão do PT, PSB e lembrou que Mendonça tambem já foi governo e que não adianta apenas construir mais creches e postos de saude. “Isso é óbvio, o que o Recife precisa é de gestão”, disse Daniel, que nao teve medo de partir para o ataque contra o candidato do PSB. “Nossa cidade não tem dono”, disse numa referência ao fato de Geraldo ter sido lançado pelo governador Eduardo Campos.
O candidato Jacinto Esteves fez perguntas mais políticas e tentou trazer para o debate a questão do “estranho apoio”, segundo ele, do ex-governador Jarbas Vasconcelos ao atual Eduardo Campos, do qual era inimigo há pouco mais de três meses. Foi dele também o momento de maior "baixaria" no debate quando teve que responder à provocação do candidato Geraldo Julio (PSB). “Jacinto diz que fala pelo povo mas chegou num carro importado”, disse Geraldo, para em seguida ouvir: “pobre também pode ter carro e o meu eu comprei em 60 meses”.
Os eleitores poderiam ter sido poupados de tamanho constrangimento.