WikiLeaks revela telegrama sobre golpe no Paraguai

Enviado no dia 28 de março de 2009 ao Departamento de Estado em Washigton, o telegrama relata rumores da política local

ter, 26/06/2012 - 22:59

A ação politica que destituiu o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, já havia chamado a atenção da embaixada dos Estados Unidos no ano de 2009. Pelo menos é o que mostra documentos revelados pelo site Wikileaks.

A informação foi divulgada por meio de um telegrama apresentado no canal argentino TN. De acordo com o texto, a oposição paraguaia, na figura de Frederico Franco, esperava qualquer descuido para realizar um julgamento político. Após um processo de impeachment que se desenvolveu rapidamente, o presidente Fernando Lugo, ao ser deposto de seu cargo, classificou a ação como “golpe democrático”.

Enviado no dia 28 de março de 2009, pela embaxiada americana em Assunção, ao Departamento de Estado em Washington, o telegrama relata rumores da política local. “Correm rumores de que o líder da  União Nacional de Colorados Éticos e Ex-comandantes (Unace), o general Lino Oviedo, junto com o presidente Nicanor Duarte Frutos, buscaria destituir Fernando Lugo com um julgamento político dentro do parlamento”, declarava o telegrama.

Franco assumiria a presidência caso o plano da oposição recebesse aceitação e ajuda da Corte Suprema de Justiça. Oviedo, Líder do partido Unace, responderia pelo comando da Câmara dos Deputados, enquanto Franco asumiria a presidência da República e Duarte Frutos a presidência do Senado. A ação também previa a convocação de eleições a vice-presidente que poderia ser assumida por Oviedo.

A embaixada avaliou que o envio de verba, considerado fraude, por meio de ONGs para agricultores paraguaios, seria um dos motivos que culminou com o golpe político. Ao comentar informações do governo de situação e oposição, o telegrama indica que no primeiro vacilo e erro de Lugo, o plano seria posto em ação. A morte de 17 pessoas ocasionada por um conflito de terra em Curuguaty, foi o estopim para se destituir o presidente. “Lugo deve estar peocupado sobre a possibilidade de cometer um erro que pode ser o último”, informava o texto.  

Segundo entidades internacionais, como o Mercosul e a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), o proceso de impeachement de Lugo (que foi concluído em 24h), transcorreu sem possibilidade de ampla defesa ameaçando as instituições e a democracia do país. Ao falar sobre a suspenção do Paraguai do Mercosul, o presidente deposto solicitou um espaço no encontro que acontece nos dias 28 e 29 na cidade de Mendonza, na Argentina.

Lá ele deve apresentar sua defesa à comunidade internacional.

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