Ataque de drone dos EUA mata líder do Estado Islâmico
Ação na Síria foi confirmada pelo Departamento de Defesa americano
Um ataque de drones dos Estados Unidos matou um líder do grupo Estado Islâmico na Síria horas depois que os mesmos drones MQ-9 Reaper foram perseguidos por jatos militares russos na parte ocidental do país, de acordo com o Departamento de Defesa.
Três Reapers voavam em busca do militante na sexta-feira, 07, disse uma autoridade de Defesa dos EUA, quando foram perseguidos por cerca de duas horas por aeronaves russas. Pouco depois, os drones atingiram e mataram Usamah Al-Muhajir, que andava de motocicleta na região de Alepo, no Noroeste da Síria, disse o oficial, que não estava autorizado a discutir publicamente o assunto e falou em condição de anonimato.
O oficial disse que Al-Muhajir estava no Noroeste da Síria no momento do ataque, mas que normalmente operava no Leste.
Não ficou claro ainda como os militares dos EUA confirmaram que a pessoa morta era Al-Muhajir. Nenhum outro detalhe foi fornecido.
Em um comunicado no domingo, 09, o Comando Central dos EUA disse que não há indícios de que civis tenham sido mortos no ataque. Os militares estavam avaliando relatos de que um civil pode ter sido ferido.
Sexta-feira foi o terceiro dia consecutivo em que as autoridades americanas reclamaram que caças russos na região realizaram voos de maneira insegura e "assediaram" drones americanos.
O tenente-general Alex Grynkewich, chefe do Comando Central das Forças Aéreas dos EUA, disse em comunicado que, na sexta-feira, os aviões russos "fizeram 18 passagens não profissionais que fizeram com que os MQ-9s reagissem para evitar situações inseguras".
O primeiro atrito ocorreu na manhã de quarta-feira, quando aeronaves militares russas "se envolveram em comportamento inseguro e não profissional" enquanto três drones americanos MQ-9 conduziam uma missão contra o Estado Islâmico, disseram os militares dos EUA. Na quinta-feira, os militares dos EUA disseram que os caças russos voaram de maneira "incrivelmente insegura e não profissional" contra aeronaves francesas e americanas sobre a Síria.
O coronel Michael Andrews, porta-voz do Comando Central das Forças Aéreas, disse que o incidente de quinta-feira durou quase uma hora e incluiu sobrevoos de um SU-34 e um SU-35, e que eles lançaram sinalizadores diretamente no MQ-9.
Autoridades dos EUA disseram que os drones estavam desarmados nos voos anteriores, mas carregavam armas na sexta-feira, enquanto caçavam Al-Muhajir.
"Deixamos claro que continuamos comprometidos com a derrota do Isis (EI) em toda a região", disse o general Erik Kurilla, comandante do Comando Central dos EUA, no comunicado.
O contra-almirante Oleg Gurinov, chefe do Centro de Reconciliação da Rússia para a Síria, disse na semana passada que os militares russos e sírios iniciaram um treinamento conjunto de seis dias que termina na segunda-feira.
Gurinov acrescentou em comentários veiculados pela mídia estatal síria que Moscou está preocupada com os voos de drones da coalizão liderada pelos Estados Unidos sobre o Norte da Síria, chamando-os de "violações sistemáticas de protocolos" destinados a evitar confrontos entre as duas forças militares.
Fonte: Associated Press