Brasileiro morre de catapora no Chile
Uma vaquinha online foi criada pela família com o objetivo de custear o transporte do corpo até o Brasil
O personal trainer brasileiro Raphael Casanova, de 38 anos, morreu após contrair catapora no Chile, onde morava há seis anos. O profissional estava internado há alguns dias em um hospital localizado na cidade de Antofagasta, no norte do país, e desde dezembro de 2022 vinha enfrentando uma forma mais grave da doença.
A família de Raphael soube do falecimento na última terça-feira (9), sendo assim, iniciou uma campanha de arrecadação de fundos para custear o transporte do corpo para o Brasil. Já foram arrecadados R$ 10 mil em apenas uma semana, de um total de R$ 20 mil necessários para o translado.
Créditos: Reprodução/Redes Sociais
A irmã do personal trainer, Juliana Casanova, ressaltou a urgência em iniciar o procedimento, uma vez que o prazo para o corpo permanecer na unidade hospitalar se encerra na próxima semana. Passado esse prazo, se não for retirado, o corpo teria que ser enterrado como indigente no país.
"A gente achou que teria um mês para resolver isso, mas a gente só tem uma semana, até a próxima terça. Uma amiga do Raphael foi conversar com a assistente social e ela explicou que a unidade não tem um local adequado para manter o corpo por mais que duas semanas. Então a gente está correndo para iniciar o procedimento", afirmou ao O Globo.
A última vez que Raphael se encontrou com sua família foi em agosto do ano passado. Seus familiares moram em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Em dezembro, os familiares começaram a notar mudanças no comportamento de Raphael, que não mantinha o contato frequente e deixou de realizar chamadas de vídeo com a mãe.
"Ele contou que tinha contraído catapora, até mandou fotos das feridas. A gente ficou com medo de ser varíola dos macacos, porque parecia muito. Mas o médico diagnosticou como catapora mesmo e explicou que ele precisaria fazer um tratamento, que era uma catapora muito forte, que poderia deixar sequelas ou até levar à morte. Ele ficou fazendo o tratamento em casa, em isolamento. Aí as feridas secaram, ele passou a se sentir bem e não voltou ao hospital para refazer os exames", lembrou Juliana.
Entretanto, Juliana revelou que um dos exames indicou a persistência do vírus e que a doença estava afetando seu rim. Além disso, ele apresentou duas lesões cerebrais, conforme informado pela família.
Os primeiros sintomas da doença em adultos são semelhantes aos causados em crianças: febre, dor de cabeça, perda do apetite, cansaço e aparecimento de bolhas pelo corpo, sendo acompanhadas de coceira. As complicações mais sérias da doença ocorrem quando o vírus migra para outros órgãos do corpo.