Padre e bispado são condenados por abuso sexual em SP

Na época do crime, a vítima tinha 11 anos de idade

por Rachel Andrade ter, 28/02/2023 - 15:57
Reprodução/Facebook Padre Osvaldo Donizeti Reprodução/Facebook

Em decisão judicial, o padre Osvaldo Donizeti da Silva e o Bispado de Catanduva, no interior de São Paulo foram condenados a pagar uma indenização de R$ 210 mil por abuso sexual contra menor de idade. O crime aconteceu quando a vítima tinha 11 anos.

A condenação foi expedida pelo juiz Marcos Vinicius Krause Bierhalz, da Vara Única de Urupês (SP), que entendeu que o padre “Osvaldo valeu-se da condição de sacerdote que lhe fora imbuída pelo Bispado corréu para a prática do abuso sexual, aproveitando-se do isolamento da requerente durante o sacramento da confissão”.

Segundo os autos do processo, o crime aconteceu em 2013, durante uma confissão que a criança deveria realizar para participar da primeira eucaristia, rito comum na igreja católica. Após a confissão, feita em uma sala fechada, o padre agarrou a criança e a beijou à força, além de pegar em suas nádegas. O homem ainda fez a vítima tocar na sua genitália. O abuso parou apenas porque uma colega da criança esbarrou na porta, assustando o padre.

Ao saber do ocorrido, a família recorreu à polícia para relatar e exigir justiça. Ainda segundo o juiz, a criança foi exposta para além do crime cometido.  "Ademais, a circunstância de ter o abuso ocorrido em evento público – ainda que em cômodo reservado – e a ampla repercussão dos fatos na pequena cidade de Sales contribuíram para a exposição do nome e imagem da menor ao escrutínio", declara em um trecho da decisão.

A vítima, atualmente com 20 anos de idade, afirma que até hoje carrega “sequelas emocionais” causadas pelo abuso sofrido na infância. O padre Osvaldo, conhecido como Barrinha, já havia sido condenado em duas instâncias pelo crime cometido, e chegou a ficar preso por um ano, mas já está solto e voltou a realizar missas.

A Diocese de Catanduva, que foi incluída na condenação, se pronunciou por meio de nota, declarando que vai aguardar toda a conclusão do processo para poder comentar o caso, "sobretudo pelo segredo de justiça decretado pelo Poder Judiciário."

O Bispado também afirma que mesmo que não possa responder por atos individuais dos membros do clero, "sempre irá colaborar e prezar pela boa aplicação da Justiça e das leis, para que, o bem e a ordem social sejam mantidos."

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