Fim de ano:Apaf faz alerta de excesso de álcool nas festas
Quem tem predisposição a doenças do fígado deve ter cuidado na ingestão excessiva
Tradicionalmente, o mês de dezembro traz consigo inúmeras confraternizações. Familiares, amigos, colegas de trabalho se reúnem para dar adeus ao ano que está terminando. As festas, quase sempre, regadas a muita música, comida das mais diversas e muita bebida alcoólica.
Sobre o último item, a Associação Pernambucana de Apoio aos Doentes de Fígado (APAF) faz um alerta e pede cautela. “Pessoas que têm predisposição a doenças do fígado, especialmente, precisam ter cuidado na ingestão excessiva de álcool”, explica o médico cirurgião e presidente emérito da entidade, Cláudio Lacerda.
Diferente dos outros órgãos, o fígado consegue se regenerar quando sofre agressões. Entretanto, em caso de persistência, a cada regeneração as células sofrem mutações, passando o processo a criar tecidos cicatriciais no lugar de tecidos com células hepáticas responsáveis pela execução das suas funções.
“O fígado leva, pelo menos, três dias para se recuperar de uma bebedeira. Em um mês inteiro de festas, com o acréscimo dos jogos da Copa do Mundo, as agressões ao órgão podem ser substanciais e merecem atenção”, alerta o médico.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de 200 doenças e lesões têm o álcool como principal fator de risco ou causa. O consumo diário e prolongado de bebidas alcoólicas pode gerar danos permanentes no fígado.
A ingestão diária de cerca 3 copos de cerveja ou 2 taças de vinho, por exemplo, já é um consumo capaz de causar lesões hepáticas. “Esse consumo regular, também conhecido como beber socialmente, pode ocasionar uma esteatose hepática, também conhecida como fígado gorduroso. Essa patologia, se desconsiderada, pode evoluir para uma hepatite alcoólica, com consequências de uma cirrose e falência hepática”, complementa Dr. Cláudio.