CIDH pede que México combata violência contra mulheres
Segundo o secretariado executivo do sistema nacional de segurança pública, de janeiro a março de 2022 houve 229 feminicídios em nível nacional
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu nesta terça-feira ao governo do presidente Andrés Manuel López Obrador que combata a violência contra as mulheres no México, onde a morte de Debanhi Escobar, 18 anos, provocou uma onda de indignação.
Segundo o secretariado executivo do sistema nacional de segurança pública, de janeiro a março de 2022 houve 229 feminicídios em nível nacional, principalmente nos estados de México, Veracruz e Nuevo León, onde a jovem foi encontrada morta em abril, no fundo da caixa d'água de um motel, perto da estrada para Nuevo Laredo, na fronteira com os Estados Unidos.
O despertou um interesse incomum no país e ultrapassou fronteiras, do Peru aos Estados Unidos. A Comissão Nacional de Busca contabiliza 24.600 mulheres desaparecidas neste ano e, segundo dados oficiais, foram registrados 2.287 estupros e mais de 50 mil casos de violência doméstica ou conjugal.
A violência de gênero faz parte "de um padrão contínuo, que deriva da discriminação histórica e estrutural, enraizada na cultura patriarcal e machista das sociedades da região, que condiciona as mulheres, meninas e adolescentes sob noções estereotipadas de inferioridade", condenou a CIDH.
O governo deve agir "para prevenir, investigar e punir" esses fatos e tomar medidas para que os mesmos não se repitam", acrescentou o órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos que promove os direitos humanos.
Em 2021, houve 3.751 assassinatos de mulheres no México, dos quais 1.004 foram classificados como feminicídios, segundo fontes oficiais.