Covid-19: Ômicron continua em aceleração em Pernambuco
Estado registrou novo recorde com 7.806 casos da doença na quarta-feira (2)
Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (3), o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, afirmou que o Estado já consegue sentir os impactos da variante Ômicron com as solicitações de leitos de internamento. Além disso, ele pontuou o aumento no registro de mortes pela Covid-19 nos três últimos dias.
"Já começamos a sentir o seu impacto [da Ômicron] nas solicitações de leitos. Nossa regulação registrou 650 pedidos por vagas de UTI na semana epidemiológica 4 deste ano, com o crescimento de 18% em uma semana. Também já começamos a notar, de forma mais intensa, nos três últimos dias, um aumento no registro de óbitos. A aceleração da Covid-19 fica mais evidente na positividade em relação aos casos leves e Srag", disse Longo.
De acordo com o secretário, o percentual de casos positivos da Covid-19 saltou de 37 para 51%, enquanto a da influenza, que já atingiu 60% no fim do ano passado, está em 2,6%. Pernambuco deve fazer uma reavaliação do decreto que está em vigor. "Diante deste cenário, o Gabinete de Enfrentamento da Covid-19 decidiu fazer a discussão da necessidade de novas medidas na reunião da próxima segunda-feira, podendo fazer essa reavaliação mesmo antes da vigência do atual decreto que está em vigor desde o dia 1º e vai até o dia 15 deste mês", informou.
Criação de novos leitos
O gestor afirmou que Pernambuco deve aguardar a conclusão da semana epidemiológica 5 para "analisar os dados de forma mais pormenorizada e tomar as decisões", e que o governo não deve exitar em ampliar as medidas caso os indicadores aumentem. "Por determinação do governador Paulo Câmara (PSB), continuamos trabalhando para garantir assistência à população desde o final do ano passado, na chegada mais forte da H3N2. Já são 802 novos leitos, sendo 334 de UTI e ainda vamos abrir nos próximos dias outras 400 vagas, sendo 196 de UTI. Também estão previstas 30 novas vagas pediátricas, sendo 20 de UTI na Unidade Brito de Oliveira".
No entanto, Longo pontuou o menor impacto da doença em pessoas que testam positivo para Covid-19 por conta da vacinação. "Mesmo que a vacinação não nos deixe livre da infecção, e a gente sabe que com a Ômicron se tornou corriqueiro os vacinados terem a infecção, mas a doença em não vacinados têm um impacto muito pior com reflexo direto em hospitalizações e mortes. Por escapar direto dos anticorpos, a Ômicron pode causar infecção em pessoas mesmo vacinadas, mas elas raramente adoecem com gravidade e morrem".
O secretário chamou atenção para a importância da vacinação como a única solução para interromper o aumento das mortes pela doença. "Quando iniciamos a vacinação em janeiro de 2021, tínhamos 1,3% da população vacinada, a taxa de mortalidade em Pernambuco era de 8,33 óbitos por 100 mil habitantes. Em janeiro deste ano, com o percentual de vacinados com pelo menos duas doses ou dose única já em 70%, tínhamos praticamente 1/4 da população elegível com a dose de reforço, a taxa de mortalidade vai de 0,88, uma queda de 90% e Pernambuco continua mantendo uma das menores taxas de mortalidade por Covid neste ano".