Berlusconi desiste da corrida presidencial na Itália
Silvio Berlusconi anunciou a retirada de sua candidatura à presidência da Itália
O ex-primeiro-ministro e magnata das comunicações Silvio Berlusconi anunciou neste sábado(22) a retirada de sua candidatura à presidência da Itália, dois dias antes do início da votação no Parlamento.
'Il Cavaliere', de 85 anos, faz campanha há semanas para substituir o presidente Sergio Mattarella, embora poucos analistas acreditem que ele tenha apoio suficiente para vencer.
Em um comunicado durante uma reunião virtual com líderes da direita italiana, Berlusconi insistiu que tinha votos suficientes, mas por "responsabilidade nacional", pediu aos que propuseram seu nome que o retirassem.
"Hoje, a Itália precisa de unidade", disse ele, aludindo à atual pandemia de covid-19. "Continuarei a servir meu país de outras maneiras", acrescentou.
O principal candidato à presidência continua sendo o primeiro-ministro Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu que liderou o governo de unidade nacional da Itália no ano passado.
Berlusconi, cujo partido Força Itália é membro do governo, repetiu seu desejo de que Draghi permaneça no cargo até as próximas eleições legislativas em 2023.
"Considero necessário que o governo Draghi complete seu trabalho até o final da legislatura", escreveu ele em comunicado divulgado por seu porta-voz.
Desta forma, será possível garantir a implementação das reformas exigidas pela União Europeia, lançadas há um ano para obter fundos europeus pós-covid e evitar uma crise governamental.
Berlusconi disse que trabalharia com Matteo Salvini, do partido anti-imigração La Liga, e Giorgia Meloni, dos Irmãos da Itália, de extrema-direita, para chegar a um acordo sobre um nome capaz de obter "amplo consenso".
O parlamento italiano começa a votar na segunda-feira para eleger um novo presidente da República. Nos três primeiros turnos de votação, uma maioria de dois terços é necessária, mas a partir do quarto turno, uma maioria simples é suficiente.
O cargo de presidente na Itália é em grande parte cerimonial, mas desempenha um papel crucial de arbitragem durante crises políticas e exerce influência significativa.
O mandato é de sete anos.