IBGE apresenta novos indicadores sobre qualidade de vida
Os novos indicadores reforçam as pesquisas sobre desigualdades regionais do País, assim como as de gênero e de raça
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou nesta sexta-feira (26) dois novos indicadores que pretendem ampliar a compreensão sobre a qualidade de vida dos brasileiros. O órgão lançou o Índice Multidimensional para a Perda de Qualidade de Vida (IPQV) e o Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS). Os novos indicadores reforçam as pesquisas sobre desigualdades regionais do País, assim como as de gênero e de raça.
Os índices são baseados em variáveis da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2017-2018 (POF), de antes da pandemia de Covid-19, e foram elaborados a partir de recomendações das Nações Unidas. O objetivo é que, no futuro, quando outros países criarem índices semelhantes, os dados sejam comparáveis.
O IPQV abarca nove dimensões: renda, moradia, acesso aos serviços de utilidade pública, saúde, alimentação e educação, acesso aos serviços financeiros e padrão de vida, transporte e lazer.
O índice vai de 0 a 1, sendo que, quanto mais perto do zero, menor a perda de qualidade de vida. Nessa primeira rodada de dados, o IPQV do Brasil foi de 0,158 entre 2017 e 2018. Devido às desigualdades sociais do País, as regiões Norte e Nordeste registraram os piores índices, respectivamente, 0,225 e 0,209.
O indicador revela ainda algumas características do grupo que apresentou o menor índice de perda: moradores da área urbana (15%), famílias com pessoa de referência de cor branca (21%) e do sexo masculino (15,%), com ensino superior completo (42%). As maiores perdas foram registradas nos seguintes grupos: moradores da área rural (28%), famílias com pessoa de referência de cor preta ou parda (14%) e do sexo feminino (11%), sem instrução (31%).
Após a análise do impacto da perda da qualidade de vida sobre as famílias, os pesquisadores estimam como tais privações afetam o desenvolvimento de toda a sociedade para criar o segundo novo índice, o IDS. Para mensuração desse impacto, foi utilizada como referência de desenvolvimento ou progresso socioeconômico a renda familiar per capita média. O teto é dez; quanto maior, mais positivo.
O IDS do Brasil foi de 6,201. Das 27 unidades da federação, apenas nove obtiveram resultado superior ao valor registrado para o Brasil.
Distrito Federal e São Paulo foram as que apresentaram os maiores valores do IDS: 6,970 e 6,869, respectivamente.
As demais unidades registraram IDS abaixo da média do País. Todos os Estados do Norte e Nordeste estão nesse grupo. Maranhão e Pará apresentaram os menores resultados, com valores do IDS iguais a 4,897 e 5,099.