Promotoria pede prisão perpétua para 'Carlos, o Chacal'
Chacal é acusado pelo atentado mortal contra uma galeria comercial em Paris, em 1974
A Promotoria pediu nesta quinta-feira (23) prisão perpétua para o venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como "Carlos, o Chacal", pelo atentado mortal contra uma galeria comercial em Paris, em 1974.
"O assassinato, esta tentativa de assassinato, com uma violência cega e inédita (...) pode ser punida apenas com a pena de prisão perpétua", pediu o promotor ao tribunal de Paris, que deve definir a sentença.
Para o representante do Ministério Público, o atentado de 1974 contra a galeria Drugstore Publicis, que deixou dois mortos e 34 feridos, inaugurou um novo tipo de ataques: os atentados "indiscriminados".
Em março de 2017, este ex-integrante da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), hoje com 71 anos, foi condenado à prisão perpétua, por ter lançado uma granada nesta galeria comercial. A pena foi confirmada em um tribunal de apelação um ano depois.
A Corte de Cassação anulou parcialmente a segunda sentença, que havia declarado o venezuelano culpado de assassinatos e de tentativas de assassinato por "efeito de uma potência explosiva" e por transportar "um artefato explosivo sem motivo legítimo".
Mais alta instância do Poder Judiciário na França, este tribunal considerou que o transporte da granada era "uma operação preliminar necessária para a prática dos outros crimes", entendendo, assim, que o réu havia sido condenado duas vezes pelo mesmo ato.
Se os sete magistrados do tribunal impuserem uma sentença de prisão perpétua, será a terceira, após a pena aplicada por triplo homicídio em 1975, em Paris, e por quatro atentados a bomba na França em 1982 e 1983, com 11 mortos e 191 feridos.