Estudo mostra que Coronavac aumenta anticorpos

Levantamento constatou um aumento de 70% nos anticorpos de pacientes com doenças reumatológicas

ter, 03/08/2021 - 19:45
(Pixabay) . (Pixabay)

Um estudo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), confirmou que pacientes com doenças reumatológicas autoimunes apresentaram um aumento de 70,4% no nível de anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2 duas semanas após receberem a segunda dose da CoronaVac.

Além de aumentar a soroconversão dos pacientes imunossuprimidos, a CoronaVac também elevou em 56,3% a quantidade de anticorpos neutralizantes. A HCFMUSP fez o estudo com 910 pessoas e as conclusões estão descritas no artigo “Immunogenicity and safety of the CoronaVac inactivated vaccine in patients with autoimmune rheumatic diseases: a phase 4 trial”, divulgado na sexta (30), na publicação científica Nature Medicine.

Segundo o Instituto Butantan, o resultado é extremamente positivo porque mostra que a CoronaVac não só é bem aceita pelo organismo de pacientes imunossuprimidos (que têm mais dificuldade para produzir anticorpos), como gera um alto nível de anticorpos de defesa e neutralizantes. A pesquisa do HC mostra não só que a CoronaVac é segura nesse público, como também eficaz.

“Trata-se do maior estudo já realizado no mundo com pacientes imunossuprimidos de doenças reumatológicas”, afirma a diretora clínica do HCFMUSP, Eloisa Bonfá. “O acréscimo no nível de anticorpos é muito relevante e mostra que a CoronaVac conferiu uma proteção importante entre os imunossuprimidos”, completa.

Outro dado que atesta a segurança da CoronaVac é a ausência de reações adversas nos vacinados. “Não tivemos nenhum caso de efeito colateral grave ou moderado entre os pacientes, mesmo sabendo que isso poderia ser esperado entre imunossuprimidos. Só tivemos efeitos colaterais leves. A CoronaVac é uma vacina altamente segura“, assinala Eloisa.

De acordo com a diretora do hospital, os 910 pacientes imunossuprimidos participantes da pesquisa foram vacinados em dois dias. Pouco depois da segunda dose, quando os anticorpos ainda estavam em produção, houve 33 casos de Covid-19; 40 dias depois, esse número havia caído para seis casos.

COMENTÁRIOS dos leitores