Transnordestina: Paulo diz existir conflito de interesses
Segundo o governador Paulo Câmara, há um conflito de interesses, porque o dono da TLSA, que tem a concessão da Transnordestina, teria investimentos privados no Ceará
Com Pernambuco correndo o risco de não ter um ramal da Ferrovia Transnordestina, o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou, nesta quinta-feira (29), que existe um conflito de interesses para que, por enquanto, seja construído apenas o trecho da ferrovia até o Porto de Pecém, no Ceará.
Segundo o governador, há um conflito de interesses em relação ao lado do Ceará porque o dono da TLSA, que tem a concessão da Transnordestina, teria investimentos privados no Ceará, como no terminal de grãos de Pecém.
Câmara assegura ainda que o lado de Suape é o menor, precisa de menos quilômetros para ser finalizado e de menos recursos. “Suape tem uma estrutura pronta para receber as cargas oriundas e utilizadas pela Transnordestina. Isso tudo está sendo colocado para o ministério [da Infraestrutura] após essa possível preferência por Pecém”, diz.
O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), que já foi presidente de Suape e aliado do PSB, chegou a afirmar que o governo estadual não viabilizou o escoamento de cargas a partir do Porto de Suape e que o Porto de Pecém foi quem conseguiu se viabilizar.
O governador pernambucano nega a afirmação do senador e assegura que todas as etapas necessárias para ter o ramal foram cumpridas. “Entregamos todos os projetos, estamos com tudo encaminhado e Pernambuco nunca deixou ter pendências. Esse é um tema que deve unir Pernambuco, e não querer colocar culpa em ninguém. Esse assunto envolve bilhões e bilhões de reais que a muito tempo precisa ser concluído”, assevera.
Paulo complementa que vai mostrar, de maneira técnica, que “finalizar o eixo até Suape é mais barato, mais rápido e, estruturalmente, até por questões geográficas, Pernambuco está muito mais pronto para iniciar esse processo da utilização da Transnordestina a partir destes esforços. Quem quiser politizar uma questão como essa não vai encontrar respaldo porque queremos resolver de maneira técnica, como deve ser um empreendimento”, finaliza.
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