Missa do Vaqueiro de Serrita celebra 51 anos de tradição
Tradicional Missa do Vaqueiro de Serrita vai celebrar a sua 51ª edição de forma on-line
A tradicional Missa do Vaqueiro de Serrita vai celebrar a sua 51ª edição de forma online pelo segundo ano, por conta da pandemia. A mais antiga dos sertões e conhecida por unir o sagrado e o profano em sua programação, acontecerá no domingo, dia 25 de julho, às 9h. A transmissão será de forma simultânea no canal oficial da Missa do Vaqueiro no YouTube e pelo Instagram.
A Missa será transmitida do Parque do Vaqueiro, Sítio Lages, em Serrita, no interior de Pernambuco. Para sua realização, todos os protocolos sanitários de prevenção contra a Covid-19 serão praticados pelos presentes. O evento não terá a presença de público, somente um número simbólico de vaqueiros.
A celebração será presidida por Dom Magnus Henrique, Bispo da Diocese de Salgueiro, e cantada por artistas como Josildo Sá, João Cláudio Moreno, Flávio Leandro, Targino Gondim, Coral Aboios de Serrita, Aboiadores Chico Justino, Cicero Mendes e pelos violeiros Geraldo Amâncio e Guilherme Nobre.
A 51ª edição da Missa do Vaqueiro de Serrita tem patrocínio de Antônio Souza, da CAB Motors, e da Prefeitura Municipal de Serrita. Além disso, os organizadores do evento estão promovendo, através da Associação Rebanho Cultural, uma campanha de arrecadação de fundos que serão destinados às despesas do evento. Os interessados em colaborar podem fazer doações através do pix 28258109000142.
Sobre a história da Missa – Realizada anualmente sempre no quarto domingo do mês de julho, a Missa do Vaqueiro tem em suas origens uma história que foi consagrada na voz de Luiz Gonzaga: a de Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso na arte de aboiar. Reza a lenda que seu canto atraía o gado, mas atraía também a inveja de seus colegas de profissão, fato que culminou em sua morte numa emboscada. O fiel companheiro do vaqueiro na aboiada, um cachorro, velou o corpo do dono dia e noite, até morrer de fome e sede.
A história de coragem se transformou num mito do Sertão e três anos após o trágico fim, sua vida foi imortalizada pelo canto de Luiz Gonzaga. O Rei do Baião, que era primo de Jacó, transformou “A Morte do Vaqueiro” numa das mais conhecidas e emocionantes canções brasileiras. Mas Gonzaga queria mais. Dessa forma, João Câncio dos Santos – padre que ao ver a pobreza e as injustiças cometidas contra os sertanejos passou a pregar a palavra de Deus vestido de gibão – se juntou à Luiz Gonzaga para fazer do caso de Jacó o mote para o ofício do vaqueiro e para a celebração da coragem. Posteriormente, veio Pedro Bandeira, com o ofertório em forma de repente e, Janduhy Finizola, com as "Rezas de Sol" para a Missa do Vaqueiro.
Assim, em 1970, o Sítio Lajes, em Serrita, onde o corpo de Jacó foi encontrado, recebe a primeira Missa do Vaqueiro. De acordo com a tradição, o início da celebração é dado com uma procissão de mil vaqueiros a cavalo, que levam, em honras a Raimundo Jacó, oferendas – como chapéu de couro, chicotes e berrantes – ao altar de pedra rústica em formato de ferradura.
A missa, uma verdadeira romaria de renovação da fé, acostuma acontecer sempre ao ar livre e se assemelha bastante aos rituais católicos, porém contando com toques especiais que caracterizam o evento: no lugar da hóstia, os vaqueiros comungam com farinha de mandioca, rapadura e queijo, todos montados a cavalo.
51 anos da Missa do Vaqueiro de Serrita
Quando: 25 de julho
Horário: A partir das 9h
Transmissão: Instagram e pelo canal de youtube
Da assessoria