Covid-19: vacina da Pfizer deve precisar de terceira dose

Testes mostraram que eficácia do imunizante cai após seis e oito meses, mas terceira fase da imunização ainda passa por testes internos

por Vitória Silva qua, 28/04/2021 - 14:09
Divulgação/Pfizer Brasil Vacina da Pfizer/BioNTech, que chega ao Brasil nesta semana Divulgação/Pfizer Brasil

Em coletiva com jornalistas da Alemanha nesta quarta-feira (28), o cofundador da empresa alemã BioNTech, Ugur Sahin, afirmou que a vacina contra a covid-19 produzida pela Pfizer, em parceria com o laboratório europeu, pode precisar de uma terceira dose e que o reforço pode ser aplicado nove meses após a segunda etapa da imunização. Os dados, segundo ele, indicam que em seis meses a eficácia da vacina cai de 95% para 91% e em oito meses o total de anticorpos cai ainda mais.

O plano é similar ao que já acontece com a vacina contra a gripe no Brasil, aplicada com sazonalidade. A ideia é vacinar a população com uma terceira dose para retomar um patamar de proteção próximo dos 100%, mas a terceira dose ainda é um estudo interno entre a empresa e o laboratório.

Sahin afirmou que, de acordo com os testes clínicos realizados com 40.000 participantes, a prescrição atual confere 95% de proteção. Em condições reais, acrescentou, referindo-se ao caso de Israel, onde mais de cinco milhões de pessoas já foram vacinadas, o percentual é ainda maior, de 96% ou 97%. A vacina da Pfizer, atualmente, é administrada em duas doses, com 21 dias de intervalo.

O Brasil espera receber o primeiro lote da Pfizer, com um milhão de doses, nesta quinta-feira (29). É o primeiro imunizante aprovado para uso comercial que emprega um RNA mensageiro (assim como o da Moderna), uma espécie de instrução com a qual se fabrica uma proteína que provoca a resposta imunológica. A vacina da Pfizer também foi a primeira a obter registro da ANVISA no país.

O executivo-chefe da empresa norte-americana, Albert Boula, já havia adiantado o assunto duas semanas atrás, mas não confirmou a terceira dose da vacina. O CEO disse que “provavelmente será necessária em algum ponto entre seis e 12 meses [depois da segunda]. E, a partir daí, haverá uma vacinação anual, mas tudo isso terá de ser confirmado”.

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