Babá narrou por mensagens tortura sofrida por Henry

Contradição entre o depoimento e as informações nas mensagens foi crucial para a prisão do padrasto e da mãe de Henry nesta quinta (8)

por Vitória Silva qui, 08/04/2021 - 13:54

A Polícia Civil teve acesso a novas mensagens, trocadas em 12 de fevereiro, entre a mãe do menino Henry Borel, Monique Medeiros da Costa Silva de Almeida, e a babá da criança, Thayna de Oliveira Ferreira. Os prints do diálogo estavam na galeria de imagens do celular de Monique. Na conversa, a funcionária descreve em tempo real o momento em que o padrasto, o vereador Dr. Jairinho (Solidaridade-RJ), teria levado o enteado a um dos quartos do apartamento e iniciado uma sessão de tortura. A revelação reafirma a suspeita das autoridades quanto às agressões causadas pelo político a Henry.

Testemunha, Thayna relata através de um aplicativo de mensagens que o menino e o padrasto ficaram trancados por alguns minutos em um cômodo do apartamento onde vivia a família, com o da TV alto. Depois, a criança mostrou hematomas, contou que levou uma rasteira, chutes e se queixou de dores no corpo. As mensagens contradizem o depoimento da babá, que mentiu à polícia, e foram cruciais para a prisão da mãe e do vereador na manhã desta quinta-feira (8). As autoridades acreditam que a ex-babá possa ter sido influenciada pelo casal.

Imagem: Reprodução

A troca de mensagens aconteceu entre 16h20 e 18h03 de 12 de fevereiro, 26 dias antes da morte de Henry. Segundo o delegado Henrique Damasceno, as informações são “contundentes” e fortalecem as hipóteses sobre uma rotina de tortura presente na casa dos Borel. Não apenas a babá, mas também a doméstica Leila Rosângela de Souza (Rose) mentiram em seus depoimentos sobre a morte de Henry, alegando que não tinham conhecimento de qualquer comportamento violento acerca da criança. Thayna prestou depoimento à polícia no último dia 24.

Na representação ao Ministério Público estadual, a polícia indica estar diante de um homicídio duplamente qualificado por tortura e por emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, tratando-se de uma “infração penal de altíssima reprovabilidade”.

O laudo da morte de Henry, levado pelo casal já sem vida a um hospital na madrugada de 8 de março, aponta sinais de violência. No dia, só Jairinho, Monique e a criança estavam no apartamento. Presos em Bangu, no Rio de Janeiro, eles devem ser indiciados por homicídio duplamente qualificado, segundo informações da TV Globo.

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