‘Temos o risco de colapsar’, diz secretário de Saúde de SP
Nesta sexta-feira (26), diversas regiões do estado regrediram em fases de convivência com a Covid-19
Nesta sexta-feira (26) o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, declarou durante a coletiva de imprensa que há risco de colapso do sistema de saúde do estado caso o ritmo de internações siga igual.
“No pico da primeira onda, no dia 15 de julho de 2020, tínhamos 40% dos pacientes internados em UTI. Hoje, esse dado no dia 25 (quinta-feira), era 46%. Portanto estamos internando mais em UTI. A evolução dos pacientes internados, com aumento de 1,6% ao dia, faz com que nós tenhamos um esgotamento de leitos de UTI no estado em 20 dias se essas medidas que estamos tomando agora não fossem implementadas”, disse o secretário.
A capital paulista retornou à fase laranja do plano de convivência com a doença, junto com sua região metropolitana. Já as áreas de Campinas, Registro e Sorocaba e Marília foram para a fase vermelha.
Na fase laranja, o comércio só pode funcionar durante 8 horas por dia, no máximo até às 20h e com 40% da capacidade total. Na vermelha, apenas serviços essenciais estão autorizados a funcionar. Atualmente, segundo o secretário, o estado de São Paulo já avalia a adoção de medidas ainda mais restritivas que as já definidas na fase vermelha.
“O Centro está estudando propor uma inclusão no Plano São Paulo de uma nova classificação que poderia ter mais restrições que a fase vermelha […], pelo que vem acontecendo nos estados da região sul, no que aconteceu em Manaus e em algumas regiões e municípios aqui do estado”, afirmou ele.
Segundo o secretário, desde novembro o governo aumentou em 140% o número de leitos UTI no SUS do estado, chegando a 8500. “No caso da Grande São Paulo, caso não fossem implementadas as medidas, teríamos um colapso no sistema de saúde em 19 dias”, disse Gorinchteyn.
Adesão da população
A responsabilidade da população na adesão às novas regras também foi lembrada pelo médico e secretário. “Tudo tem limite, recursos humanos, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, espaços para aumentar UTI. Nós temos o risco de colapsar, precisamos do apoio da população, mais do que nunca tem que acolher os nossos pedidos. Não é só perder paladar, olfato, é perder a vida”.
Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, lembra que os cuidados precisam ser reforçados num momento em que as novas cepas do vírus já circulam fortemente pelo estado e são de 30% a 50% mais contagiosas.
“Temos a possibilidade que elas posam ser mais agressivas. Isso têm explicado por que em janeiro e fevereiro estamos batendo recordes”, disse Covas.
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