Polícia prende líderes de rede de prostituição e pedofilia
Nesta quarta (30), a Polícia Civil de Pernambuco capturou quatro envolvidos no esquema ilegal, que era investigado há cerca de três anos
Quatro suspeitos de integrar uma associação criminosa, que lucrava com pedofilia e prostituição de menores no Recife, foram presos na manhã desta quarta-feira (30). A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências dos envolvidos, onde descobriu que o esquema ilegal evoluiu em três anos e chegou a ser profissionalizado.
"A organização era responsável por aliciar adolescentes do sexo feminino, para que fizessem programas sexuais com integrantes da sua rede de clientes. Em troca, os membros ficam com parte da quantia paga", constatou o delegado Geraldo Costa, que identificou 26 vítimas, mas acredita que centenas de jovens entre 14 e 22 anos foram usadas pelo grupo.
Após a denúncia de uma das vítimas e queixas do Ministério Público, Conselho Tutelar e Disque 100, a investigação foi iniciada pela Delegacia de Crimes Contra Criança e Adolescente (DPCA) em agosto de 2017. Diante dos indícios, o quarteto é acusado pelos crimes de induzimento à prostituição de adolescente, favorecimento à prostituição, manutenção de Casa de Prostituição, rufianismo e armazenamento de imagens pornográficas de Adolescentes.
O inquérito apurou que a prática começou na própria casa do principal alvo da operação, no bairro de Santo Amaro, região Central do Recife. Com o aumento dos lucros e da demanda, ele conseguiu sócios e profissionalizou o esquema ao abrir uma empresa de casa de massagem, a Casa Verde, na Zona Norte do Recife.
“O principal meio de aliciar essas adolescentes era através da internet, criando fakes e perfil como se fosse uma menina adolescente também. Ele fazia amizade, convencia elas a se prostituir alegando que elas iriam poder comprar perfume, roupa e celular. A partir de então, elas passavam por um teste, como se fosse uma entrevista de emprego, onde a primeira relação era com ele”, explica o delegado.
Devido às restrições da pandemia, o ponto de encontro assumiu um novo endereço, no bairro do Arruda, também na Zona Norte, e remanejou as 'festinhas' para motéis da capital. Os sócios também devem ser indiciados por de porte ilegal de armas, tráfico de drogas, fornecimento de bebidas alcoólicas às adolescentes, além de armazenamento, produção e compartilhamento de fotografias e vídeos pornográficos das vítimas, acrescentou Costa.
A Polícia não revelou a identidade dos quatro acusados, apenas informou que tratam-se do líder do esquema, um sócio, um responsável pela administração e mobilidade das adolescentes, e uma ex-namorada do 'cabeça', que também aliciava e servia como 'professora' para as menores. O quarteto está à disposição da Justiça e, caso condenados, podem receber uma pena de até 10 anos de reclusão.