MG: Homem estuprava enteada para 'tirar espírito ruim'

Para justificar o crime, o homem teria se passado por médium e realizava ‘rituais religiosos’ com a menina

ter, 15/12/2020 - 13:18
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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) indiciou por estupro, na segunda-feira (14), um lavrador de 53 anos, suspeito de abusar sexualmente da enteada por um período de dois anos. O crime aconteceu em Uberlândia, no interior do estado e, segundo informações colhidas pelas autoridades, o homem teria se passado por médium e afirmado que as relações abusivas tinham como objetivo retirar um “espírito ruim” do corpo da garota. O inquérito será encaminhado ao Poder Judiciário.

A delegada Lia Valechi, responsável pelo caso, disse em entrevista ao UOL que os abusos teriam começado quando a adolescente tinha apenas 16 anos. À época, a vítima passou a se mutilar. A partir daí, o padrasto teria levado a garota, várias vezes, até um quarto da fazenda onde eles moravam para a prática dos supostos rituais religiosos, sob o pretexto de que a religião a ajudaria a passar por aquela fase.

Nem a mãe, nem a enteada mais velha, hoje com 20 anos, eram autorizadas a participar dos ritos, mas ambas acreditavam na versão do falso religioso. A mais velha disse à polícia que costumava ir até o quarto para o início das sessões, mas o padrasto sempre determinava que ela se retirasse.

Após dois anos, a adolescente contou para a mãe sobre os episódios de violência e as duas relataram o caso à Delegacia da Mulher de Uberlândia. No ato da denúncia, a jovem contou que foi ameaçada de morte e por isso teve medo de expor o abuso. O abusador também dizia que agia pelo bem da menina.

Além disso, a garota afirma que o homem incorporava espíritos e que acreditava que os abusos eram fruto do espírito que ele incorporava, o que a amedrontou. "Ela conta que o padrasto mudava a voz, ficava tremendo, com os olhos fechados", diz a delegada.

Ouvido pela polícia, o suspeito negou os abusos sexuais, os rituais religiosos e que incorporava espíritos. No entanto, de acordo com a companheira, que foi ouvida anteriormente pela delegada, ele chegou a confessar os crimes a ela.

 

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