Estudo descobre 1,8 milhões de árvores no Saara e no Sahel
Pesquisa abre caminho para possíveis projetos de reflorestamento na região
Um estudo publicado na revista científica Nature revela que na região desértica do Saara Ocidental e do Sahel há mais de 1,5 milhões de árvores. Descobertas através do uso da inteligência artificial, as árvores foram identificadas com imagens de satélite combinadas com ferramentas de apoio desde o Google Maps até registros do Departamento de Inteligência dos EUA.
O estudo contou com dezenas de cientistas , incluindo alguns da Nasa. O líder do estudo, Martin Brandt, é da universidade dinamarquesa de Copenhague. A contagem do cientista exclui arbustos e pequenas árvores, sendo contabilizadas plantas de, pelo menos, 3 metros quadrados de copa.
Uma grande densidade foi encontrada no Sahel, faixa que fica abaixo do Saara e serve de lar para boa parte da população de países como Mauritânia, Senegal, Burkina Faso e Mali.
Através dessa descoberta, é possível compreender melhor a biodiversidade da região. “Eu cataloguei manualmente a área da copa de quase 90 mil árvores. Eu registrei muitas porque o nível de detalhe nas imagens é muito alto e as árvores não parecem iguais, e queríamos uma medida relativamente precisa das áreas de suas copas”, explicou o principal autor do estudo em entrevista à BBC.
A descoberta de Brandt mostra a aceitação do solo para novos investimentos sustentáveis, como a introdução de programas de reflorestamento, podendo se estender para dentro do Saara e subindo ao norte, expandindo a área verde dentro do próprio deserto.