China rejeita acusação de 'trabalho forçado' em Xinjiang
Há vários anos, essa vasta região semidesértica do noroeste da China, atingida por ataques sangrentos, está sob firme controle do governo em nome da luta contra o terrorismo
A China criticou, nesta quarta-feira (23), a adoção nos Estados Unidos de um texto que proíbe as importações procedentes de sua região de Xinjiang para combater o "trabalho forçado" dos uigures.
Há vários anos, essa vasta região semidesértica do noroeste da China, atingida por ataques sangrentos, está sob firme controle do governo em nome da luta contra o terrorismo.
O principal grupo étnico em Xinjiang são os uigures, que são em sua maioria muçulmanos e falam uma língua parecida com o turco.
De acordo com organizações de direitos humanos, mais de um milhão de pessoas foram internadas em "campos".
A China afirma que estes são "centros de formação profissional", destinados a ajudar a população a encontrar emprego e, assim, mantê-la afastada do extremismo religioso.
Em um raro momento de união entre democratas e republicanos, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou por esmagadora maioria um projeto de lei sobre Xinjiang na terça-feira.
O texto proíbe a maior parte das importações dessa região, a fim de impedir a entrada nos Estados Unidos de produtos procedentes do "trabalho forçado" dos uigures.
Pequim reagiu fortemente, acusando Washington de "difamar" a China na questão dos direitos humanos.
"O chamado trabalho forçado (em Xinjiang) é uma invenção de certos indivíduos e organizações no Ocidente", disse um porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, à imprensa.
"A China expressa sua forte indignação e sua firme oposição", declarou Wenbin, assegurando que seu país apresentou um protesto oficial aos Estados Unidos.
O texto ainda deve ser aprovado pelo Senado e promulgado por seu presidente, Donald Trump, para entrar em vigor.