Ex-secretário de Mandetta não descarta 2ª onda de Covid-19

Para o epidemiologista, aglomerações como as registradas no último feriado tornam a probabilidade alta

sex, 11/09/2020 - 14:12
Aluísio Moreira/SEI Oliveira ressalta que a pandemia não está controlada, apesar da queda nos números Aluísio Moreira/SEI

O epidemiologista Wanderson Oliveira, ex-secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, participou de coletiva de imprensa do Governo de Pernambuco nesta sexta-feira (11) sobre os seis meses de combate à pandemia. Prestando consultoria para a Secretaria Estadual de Saúde por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Oliveira apresentou dados da pandemia no estado e discutiu o cenário atual.

O ex-secretário disse que a probabilidade de uma segunda onda da Covid-19, ou seja, um novo momento de grande ocorrência de casos, existe. Ele acredita que o cenário visto nas praias no feriado de segunda-feira (7) torna a probabilidade alta.

"A possibilidade de chegada de segunda onda vai estar diretamente relacionada com a capacidade de cada um que está nos assistindo de manter o distanciamento social. (...) Vai ser tão mais alta quanto menos máscaras a gente conseguir ver as pessoas usando na rua", disse o epidemiologista.

Oliveira ressaltou que, apesar da queda no número de casos, a pandemia não está sob controle no país e a maior parcela da população ainda não foi infectada. "Hoje, ela [probabilidade de 2ª onda] é maior no Sul do país, onde está mais frio, pessoas estão mais aglomeradas. Aqui em Pernambuco onde está? Na praia, naquele ambiente em que todo mundo estava aglomerado", disse o ex-secretário. Ele teme que as pessoas continuem repetindo as aglomerações registradas no feriado até resultar num crescimento de infecções.

Segundo o ex-secretário, Pernambuco tem mais êxito do que insucesso no combate à pandemia do novo coronavírus. "É uma referência para toda região Nordeste e para o país", elogiou.

Wanderson Oliveira pediu demissão do cargo no Ministério da Saúde em abril deste ano. Ele era secretário de Vigilância em Saúde desde janeiro de 2019, mas tinha uma carreira de 15 anos no Ministério da Saúde.

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