Salvador testa três vacinas contra a Covid-19
Em parceria com quatro instituições internacionais, a capital baiana investe para largar na frente na imunização contra o novo coronavírus
Das quatro vacinas contra Covid-19 testadas no Brasil, três são avaliadas em Salvador. A capital baiana firmou parceria e acompanha a evolução das produções da Universidade de Oxford com a biofarmacêutica AstraZeneca, e duas desenvolvidas em conjunto pela BioNTech e Pfizer.
Os testes do imunizador da Universidade de Oxford são realizados no Hospital São Rafael, que integra o Instituto D'Or, coordenadora do estudo no Brasil. Já a vacina da norte-americana Pfizer é analisada em parceria com o Centro de Pesquisa Clínica das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid).
“Quando surge uma vacina nova, não é incomum que sejamos solicitados a contribuir. Nesse caso em especial, a Pfizer já desenvolveu vários estudos conosco. Nosso centro tem a chancela de ser de excelência, coisa que é oferecida para pouco mais de 100 centros no mundo inteiro”, frisou o infectologista e coordenador da Osid Edson Moreira.
O estudo pretende alcançar 29 mil voluntários em todo o mundo, dois mil seriam brasileiros, com metade em Salvador e outra metade de São Paulo, informou o Correio 24 Horas. A expectativa é que a testagem para o público externo ocorra gradativamente, com prioridade para os profissionais de Saúde. “Temos o público das nossas redondezas e possivelmente elas serão convidadas a participar a medida que a gente vai avançando. Mas os profissionais da saúde estão mais expostos neste momento, então nada mais justo que eles sejam os primeiros”, esclareceu Moreira.
No entanto, a fase de testagem da Pfizer deve durar aproximadamente dois anos. O prazo é checar o tempo de proteção e a possível necessidade de uma dose de reforço. Nessa segunda (10), a Anvisa liberou a segunda rodada de aplicação da vacina de Oxford.
O dentista Igor Menezes, de 36 anos, tomou a primeira dose e deve receber a segunda no dia 8 de setembro. “Foi um processo tranquilo. Eles me avaliaram, testaram se eu tive contato com o vírus, assinei termos de comprometimento e não sei se a vacina que tomei foi a do coronavírus ou o placebo, que é a vacina da meningite”, concluiu.