Produtora de remédio para epilepsia é acusada de homicídio
Farmacêutica francesa também é acusada de fraude e lesões involuntárias
A empresa farmacêutica Sanofi, que já era investigada por "fraude grave" e "lesões involuntárias" pelo escândalo do Depakine, um medicamento contra a epilepsia, também é acusada de "homicídio culposo" - disse o grupo francês nesta segunda-feira (3).
O Tribunal de Justiça de Paris começou a investigar este caso após uma denúncia da associação de pais de crianças que sofrem da Síndrome do Anticonvulsivo (Apesac), que representa cerca de 4.000 pessoas, a maioria delas crianças doentes, e que se baseia no caso de 14 mães que tomaram o Depakine na gravidez.
A molécula polêmica, o valproato de sódio, é comercializada desde 1967 com a marca Depakine pela Sanofi, mas também é vendida por outras marcas genéricas e é geralmente prescrita para pessoas com transtornos bipolares.
Seu consumo representa, porém, um alto risco de malformações congênitas no feto, se uma grávida tomar o medicamento.
Os juízes encarregados do caso já investigavam a Sanofi desde fevereiro de 2020 pelos crimes de "fraude grave" e "lesões involuntárias".
A empresa disse hoje à AFP que também é investigada por "homicídio culposo", confirmando uma informação recente do jornal "Le Monde".
"O laboratório recorreu à câmara de investigação para apelar de sua acusação. O conjunto dos elementos não demonstra a responsabilidade do laboratório em nada", afirmou a Sanofi.
A Justiça francesa já havia reconhecido em julho a responsabilidade do Estado francês, da Sanofi e de médicos pelos efeitos devastadores do Depakine e os condenou a indenizar as famílias das crianças com deficiência.