Propagação não permite prever uma remissão da pandemia
Há mais de 13.660.780 casos e pelo menos 585.750 mortes por Covid-19 no mundo
O coronavírus segue seu inexorável avanço no mundo, deixando mais de dois milhões de contaminados no Brasil, enquanto Londres acusa Moscou de tentar roubar pesquisas sobre uma vacina contra a Covid-19 e uma tragédia humana surge no sul da Ásia.
Há mais de 13.660.780 casos e pelo menos 585.750 mortes por Covid-19 no mundo, segundo recontagem da AFP.
Os Estados Unidos bateu nesta quinta-feira um novo recorde de contaminações diárias, com mais de 68.428 casos em 24 horas, de acordo com a universidade Johns Hopkins.
Enquanto mortes e contaminações se agravam nos Estados Unidos, na América Latina e no sul da Ásia, a ansiedade aumenta pela descoberta de uma vacina.
A agência britânica de segurança acusou nesta quinta-feira hackers, que "quase com toda certeza" trabalham para a Rússia, de tentar roubar pesquisas sobre uma vacina contra a Covid-19, algo que o Kremlin nega.
O Brasil, que soma 2.012.151 de casos e 76.688 mortes, exibe os números mais expressivos da América Latina e Caribe em termos absolutos, segundo dados oficiais, o que não permite prever uma remissão da pandemia tão cedo.
Em toda a região, superou-se nesta quinta-feira a marca de 3,6 milhões de contaminações e 153.000 falecidos, segundo recontagem da AFP.
O Peru, segundo país da América Latina com mais casos -mais de 341.500 contaminações e 12.600 mortes- segue colocando em prática um processo de suspensão gradual do confinamento, após quatro meses de quarentena obrigatória.
A Argentina superou as 2.000 mortes em meio ao confinamento da Área Metropolitana de Buenos Aires, foco de 90% das contaminações do país.
Na Venezuela, onde o governo reforçou o confinamento em Caracas e no estado de Miranda, que inclui parte da capital, as instalações do Poliedro de Caracas, o centro de convenções e eventos mais importante do país, serão habilitadas para receber pacientes com Covid-19.
- Novo surto de casos -
A Espanha, um dos países mais afetados pelo coronavírus na Europa, prestou homenagem aos 28.400 mortos em uma cerimônia de Estado presidida pelo rei Felipe VI e que contou com a presença de dirigentes europeus e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Seu luto é também nosso luto", disse o monarca às famílias das vítimas.
A Espanha atravessa nos últimos dias uma alta nas contaminações, como na região de Lérida, na Catalunha, onde autoridades ordenaram o confinamento de 160.000 pessoas.
E este não é um caso isolado. Diversos países voltarem a impor restrições, como a Alemanha, que se prepara para uma possível segunda onda de contaminações e deseja instaurar "proibições de saída" em determinadas zonas, ou a França, onde o uso da máscara em lugares públicos fechados será obrigatório a partir da semana que vem.
- EUA não tem trégua -
Os Estados Unidos são de longe o país mais afetado pelo vírus em números absolutos, com mais de 137.000 mortes e mais de 3,6 milhões de casos.
A Flórida, que na quinta-feira registrou seu pior dia da pandemia, com 156 mortes e 14.000 contaminações, é o estado com o maior número de casos diários no país, superando Califórnia e Texas (cerca de 10.000 casos por dia).
Contudo, o governador republicano Ron DeSantis não ordenou novo confinamento na Flórida e, diferentemente dos governadores texano e californiano, se nega a obrigar o uso da máscara em espaços fechados em seu estado.
Se a tendência de contaminações for mantida, o balanço de mortes poderá superar os 150.000 em agosto, segundo os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Pesquisadores garantem, contudo, que o uso obrigatório de máscaras poderia salvar 40.000 vidas até novembro no país.
- "Tragédia no sul da Ásia" -
Em outras partes do mundo, o vírus também não dá trégua.
O sul da Ásia parece se tornar o novo epicentro da pandemia, segundo a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FISC).
"Enquanto o mundo olha para os Estados Unidos e para a América Latina, uma tragédia humana similar surge rapidamente no sul da Ásia", afirmou em comunicado John Fleming, responsável regional da FISC.
Na Índia, os 125 milhões de habitantes de Bihar, um estado pobre no norte do país, precisam respeitar um novo confinamento de pelo menos 15 dias devido à multiplicação de casos na região.
Quinta economia mundial e segundo país mais populoso do mundo com 1,3 bilhão de habitantes, a Índia se aproxima do milhão de casos confirmados de coronavírus.
Mais ao sul, em Bangalore e periferia, onde vivem 13 milhões de pessoas, um confinamento de uma semana entrou em vigor na quarta-feira.