Negociações pós-Brexit são transferidas para Londres

O Reino Unido deve receber nesta segunda-feira (6) o negociador da UE, Michel Barnier, mas um porta-voz de Downing Street disse que as negociações começam apenas na terça (7)

seg, 06/07/2020 - 12:23
JOHN THYS Negociações sobre o Brexit na sede da União Europeia, em Bruxelas, em 29 de junho de 2020 JOHN THYS

As negociações entre o Reino Unido e a União Europeia em busca de um acordo de livre-comércio para o pós-Brexit foram transferidas esta semana para Londres, à medida que o tempo se esgota para alcançar um acordo.

O Reino Unido deve receber nesta segunda-feira (6) o negociador da UE, Michel Barnier, mas um porta-voz de Downing Street disse que as negociações começam apenas na terça.

"As negociações desta semana são um pouco mais informais (...) É obviamente uma oportunidade de continuar conversando e ver que progressos podem ser feitos", acrescentou.

A rodada anterior terminou antecipadamente na semana passada em Bruxelas, devido à falta de entendimento entre as partes. Após quatro dias de discussões, "ainda existem profundas divergências", dissera Barnier.

Seu colega britânico para o tema, David Frost, falou de "diferenças significativas que persistem em várias questões importantes".

Entre os requisitos da UE, está a garantia de condições equitativas em matéria fiscal, ambiental, trabalhista e de ajuda pública. Outras barreiras giram em torno da demanda europeia de acesso de seus barcos de pesca aos ricos pesqueiros britânicos e da recusa de Londres a permitir que a Justiça da UE participe do futuro acordo.

O Reino Unido deixou a UE, oficialmente, em 31 de janeiro. Permanece no mercado único e na união aduaneira, enquanto negocia a relação comercial que manterá com o bloco no final do período de transição, em 31 de dezembro.

O governo Boris Johnson se recusa a estender esse período. Assim, um acordo teria de ser alcançado em outubro para dar tempo para as respectivas ratificações parlamentares antes do fim do ano.

Se a negociação fracassar, as relações entre as partes deverão ser regidas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), o que implicaria tarifas e controles mais altos.

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