Materiais que se desinfetam sozinhos estão sendo criados

A expectativa é que seja possível desenvolver protótipos após seis meses

ter, 12/05/2020 - 16:42
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Em fase de implementação, uma pesquisa da Universidade Federal do ABC (UFABC) vai desenvolver materiais que se autodesinfetam e capazes de destruir o Covid-19. O estudo vai testar componentes construídos com precisão ao nível do átomo de tamanho nanométrico, sendo alguns desses materiais com capacidade de produzir moléculas muito reativas quando expostas à luz.

“Essas moléculas altamente oxidantes são capazes de destruir vírus e bactérias. Elas atacam o envelope que protege o SARS-CoV-2 e o inativam”, informa a bioquímica Iseli Lourenço Nantes. A pesquisa recebeu bolsas emergenciais do Programa de Combate a Epidemias da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Para chegar ao desenvolvimento dos materiais, o Programa de Pós-Graduação em Nanociências e Materiais Avançados vai se dividir em cinco setores. Parte do projeto vai fazer estudos fundamentais sobre a interação do vírus com materiais metálicos e semicondutores. Um grupo vai identificar os tipos mais eficientes para inativação viral por via da autodesinfecção.

Outro eixo envolve estudos de contaminação de superfície envolvendo temperatura e umidade na propagação de doenças, incluindo viroses. A equipe também vai analisar materiais que podem produzir espécies altamente reativas, que contribuem para a eliminação rápida de partículas virais. Cálculos teóricos e simulações vão estudar a interação de vírus com as superfícies.

A pesquisa será experimental e a expectativa é que seja possível desenvolver protótipos após seis meses.

 

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