Na Itália, doação de tablets para despedida antes da morte
Campanha "O Direito de Dizer Adeus" foi idealizada após o relato de uma médica sobre situação dos hospitais do país diante da Covid-19
A Itália já o país com o maior número de vítimas fatais da pandemia do coronavírus, com 6.077 óbitos. A situação no país, atualmente o mais afetado pela doença no mundo, é tão grave que os idosos isolados pela doença, nem na hora da morte, estão tendo o direito de se despedirem de seus entes queridos. Para tentar prestar algum alento para doentes e familiares, um grupo de militantes do partido democrático de Milão iniciou uma campanha intitulada “O Direito de Dizer Adeus”, com o objetivo de arrecadar tablets, reunindo, ao fim, 20 equipamentos do tipo.
A iniciativa ocorreu depois que a médica italiana Francesca Cortellaro emocionou o mundo com seu relato. “Você sabe o que é mais dramático? Observar os pacientes morrendo sozinhos, escutá-los pedir que se despeça seus filhos e netos por eles", disse ela ao jornal italiano Il Giornale. A médica também disse que uma idosa lhe havia pedido que visse a neta por última vez antes de morrer”, disse a médica. Diante da situação, Cortellaro pegou seu telefone e fez uma chamada de vídeo para ela. "Elas se despediram. Logo depois, ela se foi", concluiu.
Um dos líderes do projeto, o vereador do partido democrático Lorenzo Musotto afirmou, em suas redes sociais, que a ideia do projeto é permitir que "os doentes cumprimentem seus entes queridos pela última vez". "A ideia de não ser capaz de dizer adeus me machuca mais do que a própria morte e existem outros locais com idosos, hospitais e asilos, onde não há mais a possibilidade de dizer adeus", concluiu Musotto.