Kart: empresas são autuadas após corte no tratamento

Sem obter respostas das instituições envolvidas no acidente, o Procon-PE emitiu a maior multa da história do órgão no Estado

por Victor Gouveia qui, 16/01/2020 - 12:03
Reprodução/Instagram/@llluaa Verificado Débora teve o tratamento suspenso após o fim do custeio das empresas responsáveis Reprodução/Instagram/@llluaa Verificado

Com a interrupção no custeio do tratamento da estudante Débora Dantas, de 19 anos, as empresas envolvidas com o kart, no qual a jovem perdeu o couro cabeludo em agosto de 2019, foram notificadas e terão de pagar a multa R$ 5 milhões cada. O valor fixado ao Grupo BIG, ex-Walmart, e ao Adrenalina Kart Racing é o maior da história do Procon-PE.

Os valores deixaram de ser repassados em dezembro do ano passado. Sem condições de arcar com os custos, Débora perdeu uma lipoenxertia marcada no último dia 6, e corre o risco de não realizar um procedimento estético, agendado para o dia 6 de fevereiro, no Hospital Especializado de Ribeirão Preto, no Interior de São Paulo.

Na manhã desta quinta-feira (16), ela reuniu-se com representantes da gestão estadual para garantir o direito à saúde. “Estou muito feliz. Não tenho palavras para agradecer; é um conforto para mim saber que estamos todos juntos nessa [...] estou mais segura”, avaliou a estudante. Segundo secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, caso o grupo multinacional não responda à intimação até esta sexta-feira (17), será estabelecida a multa diária de R$ 50 mil. 

Débora detalhou sobre a gravidade da sua condição sem a continuidade do tratamento e com a suspensão dos medicamentos. “Quero tirar esses pontos da cabeça, por que doem muito. [Eles] prendem no travesseiro, é completamente agoniante e voltar ao tratamento vou ter seguridade. Por que é um risco de vida que corro. uma abertura para bactérias que têm na minha cabeça”, relatou.

O secretário reforça que o Grupo BIG possui responsabilidade solidária pelo caso, visto que, a pista de kart estava instalada em uma de suas unidades, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Além disso, as partes mantinham um contrato irregular, pois o Adrenalina Kart Racing não possuía CNPJ. “Uma empresa que presta serviço e, em determinado momento, foi negligente com a segurança dos seus consumidores será repreendida e, consequentemente multada”, pontuou.

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