Kremlin acusa Washington de trair os curdos
'Nos últimos anos, os Estados Unidos têm sido o aliado mais próximo dos curdos. Mas, no final, eles os abandonaram e os traíram de fato', afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pelas agências de imprensa russas
Washington traiu seus aliados curdos ao se retirar do nordeste da Síria, abandonando-os diante da ofensiva da Turquia, disse o porta-voz do Kremlin nesta quarta-feira.
"Nos últimos anos, os Estados Unidos têm sido o aliado mais próximo dos curdos. Mas, no final, eles os abandonaram e os traíram de fato", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pelas agências de imprensa russas.
"Agora eles preferem empurrar os curdos para a fronteira, forçando-os quase a entrar em guerra com os turcos", acrescentou.
No início de outubro, os Estados Unidos anunciaram sua retirada do norte e leste da Síria, para surpresa de todos, abrindo caminho para uma ofensiva turca naquela área contra as milícias curdas das Unidades de Proteção Popular (YPG), descritas como " terroristas" por Ancara.
Essas forças curdas foram o principal aliado dos Estados Unidos contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Os presidentes russo e turco, atores centrais do conflito sírio, concordaram na noite de terça-feira em assumir o controle conjunto da maior parte da área junto à fronteira sírio-turca, enquanto a região se encontra mergulhada em um crescente conflito entre tropas turcas e curdos.
Nesta quarta-feira, russos e sírios iniciam patrulhas militares nos setores que fazem fronteira com a área onde o exército turco iniciou sua operação militar no início de outubro.
Essa medida visa a facilitar a retirada dos curdos, segundo os russos.
E, 150 horas depois, patrulhas conjuntas, desta vez russo-turcas, controlarão a área.