Ex-presidente do Chile, Bachelet nega vínculos com OAS
Executivo da OAS investigado e condenado por corrupção, Léo Pinheiro afirmou à Justiça brasileira que aportou fundos para Bachelet a pedido de Lula
A ex-presidente do Chile Michelle Bachelet negou que tenha tido relações com a OAS, após acusação de que teriam sido feitos pagamentos para ela a pedido do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, revelada pelo jornal Folha de S. Paulo.
Executivo da OAS investigado e condenado por corrupção, Léo Pinheiro afirmou à Justiça brasileira que aportou fundos para Bachelet a pedido de Lula. "Não tive nunca um vínculo com a OAS, nem com qualquer outra empresa", garantiu Bachelet em entrevista exclusiva ao canal de televisão chileno 24Horas, falando no Alto Comissariado da ONU para os Direitos humanos, órgão que atualmente comanda.
Pinheiro disse que foi realizado um aporte de cerca de US$ 140 mil à campanha presidencial de Bachelet em 2013. As promotorias de Argentina, Chile, Peru e Uruguai receberam antecedentes sobre supostas fraudes da OAS. E segundo a Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht, maior construtora da América Latina, subornou políticos e empresas de Argentina, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, México, Panamá, Peru e República Dominicana.
O governo de centro-direita do presidente chileno, Sebastián Piñera, não quis comentar o tema, dizendo que não tinha informações detalhadas. Já deputados governistas pediram a Bachelet que explique a acusação. "A OAS é uma empresa internacional que se dedicou a financiar candidaturas de esquerda em troca de favores, ou seja, de corrupção", afirmou o legislador Antonio Coloma. Por sua vez, o político de extrema-direita José Antonio Kast falou que Bachelet deveria renunciar ao cargo de Alta Comissária da ONU e responder pelas suspeitas na Justiça chilena.
No país, a Justiça iniciou uma investigação sobre supostos aportes irregulares para Bachelet, Marco Enríquez-Ominami - candidato presidencial centro-esquerdista nas eleições de 2009 - e vários políticos. O caso de Enríquez-Ominami está ativo e o da ex-presidente, em suspenso, à espera de mais informações. Ele usou um avião da OAS durante sua campanha à presidência. Fonte: Associated Press.