Deputado do PSL oferece R$10 mil para quem matar criminoso

Em sessão na Assembleia do Espírito Santo, Capitão Assumção declarou que dará a quantia para quem "entregar o cara morto"

sex, 13/09/2019 - 08:22
Reprodução/ Youtube Ele confia na imunidade parlamentar para não sofrer penalidades Reprodução/ Youtube

O deputado estadual Capitão Assumção, do PSL, ofereceu R$ 10 mil a quem assassinar e entregar o corpo do criminoso que matou uma mulher em frente à filha, de quatro anos, em Cariacica, município do Espírito Santo. A declaração foi feita no plenário da Assembleia Legislativa do Estado, nesta quarta-feira (11), mesmo dia do crime.

O capitão aposentado da Polícia Militar declarou: "10 mil reais do meu bolso para quem mandar matar esse vagabundo. Isso não merece estar vivo não", e continuou: "Não vale dar onde ele está localizado. Tem que entregar o cara morto, aí eu pago". Tal discurso pode ser considerado crime: de acordo com o Art. 286 do Código Penal, incitar publicamente a prática de crime pode resultar em detenção de três a seis meses ou multa.

O deputado confirmou as declarações feitas no plenário e não as considera crime. "Eu não vou modificar nada do que eu falei e vou tratar essa questão dentro do parlamento e da imunidade parlamentar. Antiético é essa barbárie cometida com os capixabas. O cidadão perdeu o direito de ir e vir, e quem está tendo todas as garantias do Estado é o bandido. Isso que está errado", respondeu à TV Gazeta.

"Eu tinha oferecido R$ 10 mil e só não ofereço mais porque não tenho dinheiro. Tem muitos colaboradores se mostrando solícitos, querendo oferecer dinheiro", retrucou.

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O presidente do PSL no Espírito Santo, Carlos Manato, ressaltou que o Capitão Assumção tem imunidade parlamentar. Segundo Manato, ele tem liberdade para falar o que quiser, mas a colocação não reflete o posicionamento do partido.

"A Assembleia respeita a liberdade de expressão de seus parlamentares, todavia está atenta ao cumprimento das leis federais e estaduais e ao que determina o regimento da Casa", pontuou a nota da Assembleia Legislativa.

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